Grupo Liberal reúne especialistas para debater os aspectos socioambientais e econômicos da mineração

Setor movimentou mais de US$ 15 bilhões em exportações somente em 2018. Evento tem patrocínio da Vale.

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Em iniciativa inédita na Região Norte, o Grupo Liberal realizou o primeiro de uma série de encontros que colocam a maior floresta tropical do planeta em destaque.

O Summit Amazônia Produtiva discutiu, no último dia 11 de dezembro, em Belém, os "aspectos socioambientais e econômicos da atividade mineral", com participação de mais de 200 pessoas.

O evento, gratuito e patrocinado pela Vale, teve palestras com profissionais especialistas no assunto no país e, ainda, rodas de conversas com troca de experiências.

image Organização, público e palestrantes (Divulgação)
image Estudantes (Divulgação)

Um dos fatores que impulsionaram a escolha da mineração como tema da 1ª edição foi o cenário favorável com números que impressionam.

De acordo com dados divulgados em 2018 pelo Sindicato das Indústrias Minerais do Pará (Simineral), apoiador do evento, mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado é proveniente da indústria mineral, o que corresponde a US$ 15,608 bilhões em exportações.

"Além disso, a expectativa é que nos próximos cinco anos esse mercado invista mais de R$ 22 bilhões e gere cerca de 260 mil empregos", completou Rodrigo Vieira, diretor de Marketing do Grupo Liberal.

Indústria 4.0

image Cintia Rodrigues (Divulgação)
image Roda de conversa (manhã): Mauricio Favacho, presidente do IGA; Poliana Bentes, coordenadora Simineral; Cintia Rodrigues, gerente do Ibram; e Renata Ferreira, jornalista e mediadora (Divulgação)

Durante a programação do evento, Cintia Rodrigues, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), falou sobre o futuro da mineração na chamada Indústria 4.0, que engloba tecnologias para automação, análise de dados, redução de custos, controle e customização operacional. Todos esses itens estão inseridos no mercado produtivo através da inteligência artificial aliada à sustentabilidade.

"A mineração do futuro é conectada, integrada com uso intensivo de novas tecnologias e inovações, além da eficiência energética e hídrica ser promovida com o uso de novos materiais. A economia circular já é uma realidade" — Cintia Rodrigues, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Ibram

Cintia lembrou, no entanto, da necessidade dos agentes de transformação e das dificuldades enfrentadas pelas organizações para obtenção de profissionais qualificados.

Gestão de resíduos sólidos

image Dr. Igor Charles (Divulgação)
image Palestra do Dr. Igor Charles (Divulgação)

Exemplos de boas práticas na indústria também foram apresentados durante a palestra sobre Gestão de Resíduos Sólidos e Iniciativas de Responsabilidade Socioambiental na Mineração, ministrada por Igor Charles, doutor em Geologia Sedimentar. O especialista destacou o projeto S11D, da Vale, iniciativa voltada à sustentabilidade com tecnologias capazes de reduzir em 50% a produção de CO2.

"Além disso, o mesmo projeto diminuiu em 93% o consumo de água e reutiliza 86% do que é captado. Isso mostra que é possível, sim, ter atividades comprometidas com a responsabilidade social e ambiental que possam gerar desenvolvimento ao estado do Pará" — Igor Charles, doutor em Geologia Sedimentar

Em seguida, Igor apontou as consequências do consumo, uso e exploração dos recursos de forma desordenada.

Avanços e desafios da mineração

image Eduardo Leão (Divulgação)
image Roda de conversa (tarde): Williams Beckmann, presidente da Capef; Iran Lima, deputado estadual; Eduardo Leão, diretor da ANM; e Renata Ferreira, jornalista e mediadora (Divulgação)

No encerramento do ciclo de palestras, Eduardo Leão, diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), fez um panorama do setor minerário nacional, destacou as principais dificuldades enfrentadas e mencionou as novas tecnologias para o setor.

Segundo Leão, uma das principais mudanças positivas foi a instalação do sistema nacional de certificação de recursos e reservas, o novo modelo para concessão de títulos em áreas de disponibilidade, a simplificação da legislação de royalties e agenda regulatória.

"A mineração tem quatro pilares: minério, logística, tecnologia e energia. Se isso não estiver bem alinhado não tem desenvolvimento econômico e acontecem as perdas de produção" — Eduardo Leão, diretor da ANM

Sobre as tendências do setor, Leão apresentou a inteligência artificial, a automação integrada a veículos não tripulados, sistema de truckless e o uso em menor escala de recursos de bens minerais com beneficiamento a seco, sem contar com o reaproveitamento de água.

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