CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

'Viagra eletrônico': Saiba como e quem pode usar dispositivo criado por brasileiro

A expectativa é de que os dispositivos estejam disponíveis para venda em 2027

Luciana Carvalho
fonte

Uma empresa suíça, liderada por um cientista brasileiro, está em fase de testes de um dispositivo inovador que promete revolucionar o tratamento contra a impotência sexual. O aparelho apelidado de “Viagra eletrônico” tem apresentado resultados promissores.

O brasileiro Rodrigo Fraga Silva, CEO e cofundador da empresa Comphya, é o inventor do CaverSTIM. Segundo Silva, o equipamento está sendo testado no Brasil e na Austrália e oferece aos homens com disfunção erétil, uma alternativa aos tratamentos tradicionais disponíveis no mercado.

Como surgiu a ideia do “Viagra eletrônico”?

Rodrigo já estudava disfunção erétil. Na Suíça, conheceu o sócio, Nikos Stergiopulos, professor da EPFL (Escola Politécnica Federal de Lausanne). “A gente juntou as ideias, eu trazendo a parte médica da disfunção erétil e o Nikos, o conhecimento de desenvolvimento de dispositivo médico. Foi assim que desenvolvemos esse produto”.

Formado em Farmácia pela UFMG, Rodrigo estudou no Brasil até o doutorado. Depois, foi para os Estados Unidos fazer o primeiro pós-doutorado. Em 2011, se mudou para a Suíça para continuar estudando biologia vascular e disfunção erétil. Foi aí que surgiu o dispositivo.

VEJA MAIS

image 'Pênis biônico': cientistas chineses criam tecido que pode ser usado contra disfunção erétil
O produto imita efetivamente uma bainha fibrosa de tecido necessária para manter as ereções

image Disfunção erétil: saiba quais causas mais comuns e principais hábitos que podem levar à condição
A disfunção erétil atinge mais de 100 milhões de homens no mundo todo, sendo mais presente a partir dos 40 anos; Tabagismo e má alimentação estão entre as principais causas

image Câncer de próstata pode afetar vida sexual masculina, diz Instituto Nacional
Riscos que envolvem a doença reforçam necessidade do diagnóstico precoce

“A EPFL (Escola Politécnica Federal de Lausanne), onde estudei, é um ambiente de muita pesquisa nessa parte de dispositivos médicos. Então, esse ambiente inovador, com várias tecnologias imergindo, estimulou muito o desenvolvimento da Comphya e do CaverSTIM. Foi fundamental para o desenvolvimento do produto”, explica.

Como funciona o "Viagra eletrônico"?

Em entrevista à RFI, Rodrigo explica que o CaverSTIM funciona "como um marcapasso”. “É um neuroestimulador com eletrodos implantados na região pélvica, que entrega estímulos nervosos para ativar e reabilitar os nervos", detalha.

Quem poderá usar o “Viagra eletrônico”?

Segundo Rodrigo, cerca de 150 milhões de pessoas no mundo sofrem de disfunção erétil, sendo 66 milhões na Europa e nos Estados Unidos. Aproximadamente 30% dessa população não responde às terapias orais e recorre a injeções ou implantes penianos. “Nosso principal alvo são os pacientes que fizeram prostatectomia para tratar câncer”, afirma.

Além desses, a empresa pretende beneficiar no futuro pacientes com lesões medulares, diabetes, hipertensão e outras condições.

O que indicam os testes do “Viagra eletrônico” feitos em dois países?

Um dos testes feitos até agora aconteceu na Austrália, onde pacientes que fizeram prostatectomia usaram o aparecelho. Segundo Rodrigo, o implante é colocado no momento da prostatectomia, “e aí os resultados são fantásticos.

As primeiras observações apontam que houve recuperação completa da função sexual.

“A empresa também está fazendo outro teste no Brasil em pacientes lesionados medular. A gente implanta esse dispositivo e observa também uma melhora na função sexual desses pacientes. É claro que ambos os testes estão em fase inicial, ainda em execução, mas os resultados preliminares são muito promissores”, detalha.

No Brasil, os testes em pacientes com lesão medular estão sendo realizados no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André.

Segundo o cientista, o CaverSTIM é implantado durante a prostatectomia, ou seja, não existe uma intervenção cirúrgica adicional.

Os pacientes na Austrália voltaram para casa no dia seguinte. “É uma cirurgia simples, não observamos nenhum efeito colateral até o momento, um procedimento bem tranquilo”, diz.

Como todo dispositivo médico, o aparelho precisa demonstrar segurança e eficácia nas fases de teste clínico. É necessário acompanhar esses pacientes por algum tempo e, após essa etapa, será pedida autorização para as agências reguladoras, como Anvisa, EMA (Europa), para que o produto seja aprovado para comercialização. A expectativa é de que os dispositivos estejam disponíveis para venda em 2027, segundo Rodrigo.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Saúde
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!