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DIU: especialista diz que inserção do método é segura; veja como minimizar os riscos do procedimento

Médica explica que casos como o da defensora pública paraense que morreu após a tentativa de inserção do método contraceptivo são raras

Eva Pires | Especial para O Liberal
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O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método contraceptivo inserido no útero por um profissional de saúde capacitado. Apesar de sua popularidade, é comum surgirem dúvidas sobre a segurança do dispositivo e possíveis riscos, especialmente após casos como o da defensora pública paraense que morreu cinco dias após a tentativa de inserção do DIU, em Boa Vista (RR). A ginecologista Iasmin Araújo, de Belém, destaca que mortes durante o procedimento são extremamente raras e que, quando realizado corretamente, o DIU é seguro. O caso da defensora está sendo investigado pela Polícia Civil.

De acordo com a especialista, o DIU é uma excelente opção de anticoncepcional por ser seguro, eficaz, de longa duração e ofertada pelo Sistema Único de Saúde. "Precisamos desmistificar os tabus e escolher de forma segura e assertiva", pontua.

Ela explica que existem dois tipos de DIU:

  • o hormonal, também conhecido como Sistema Intrauterino com Levonorgestrel (SIULNG), que inclui modelos como o Mirena, que libera levonorgestrel,

  • e o Kyleena, que tem uma concentração hormonal menor do que o Mirena

O outro tipo é o DIU não hormonal, mais popularmente chamado de DIU de cobre ou DIU de cobre com núcleo de prata. Ambos são inseridos pelo canal vaginal, podendo ou não utilizar analgesia. O método atua impedindo a nidação, ou seja, o processo de implantação do embrião no endométrio, que marca o início da gravidez.

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image Iasmin Araújo, médica ginecologista de Belém (Foto: arquivo pessoal)

A médica ressalta que a segurança do DIU depende da correta execução do procedimento e da capacitação do profissional, além da importância de informar a paciente sobre possíveis riscos. Além disso, a higiene e a assepsia do material utilizado na inserção são fundamentais para evitar contaminações e possíveis infecções posteriores.

"Quando a técnica é bem executada por profissional capacitado, os riscos são mitigados, porém, é importante discuti-los com a paciente, sempre informando e compartilhando responsabilidades. Entre os riscos, estão a perfuração uterina no momento da inserção do dispositivo; migração ou deslocamento do DIU, ou risco infeccioso após a inserção", informa.

Conforme explicado pela especialista, embora raro, o DIU pode se deslocar ou perfurar o útero, seja no momento da inserção ou posteriormente, devido às contrações uterinas, que podem causar a migração do dispositivo. Quanto ao risco de morte, ela reforça que esse é um evento extremamente incomum e que casos como esse devem ser investigados.

Que exames e avaliações médicas são necessários antes e depois de inserir o DIU?

O Ministério da Saúde recomenda uma anamnese detalhada, além de exame físico e ginecológico, antes da inserção do DIU. A ginecologista Iasmin Araújo reforça a importância dessa avaliação para identificar infecções vaginais e malformações uterinas, que podem dificultar a inserção, aumentar o risco de perfuração e infecção e contraindicar o uso do método.

Ela acrescenta que o ginecologista e o paciente, geralmente, se sentem mais confortáveis com ultrassonografia transvaginal prévia e normalmente é aproveitado o momento do exame ginecológico para realizar o preventivo se a paciente tiver indicação.

Após a inserção do DIU, o acompanhamento pode ser realizado por meio de ultrassom transvaginal ou em consultório médico, verificando-se a posição do dispositivo pela visualização do fio em tamanho adequado.

Quais cuidados a mulher deve ter antes e após a inserção do DIU?

A especialista recomenda evitar relações sexuais e atividades físicas intensas no dia da inserção. Além disso, o uso de analgésicos pode ser indicado para aliviar possíveis cólicas.

Quais os sinais de alerta e quando procurar ajuda médica?

Os sinais de alerta que podem indicar complicações após a colocação do DIU incluem:

  • Dor pélvica intensa;
  • Sangramento vaginal excessivo fora do período menstrual;
  • Febre;
  • Dor ao urinar;
  • Corrimento vaginal amarelado ou esverdeado com odor.

Se a mulher apresentar dor intensa ou sangramento anormal, deve entrar em contato imediatamente com seu médico para orientação. Caso não seja possível, é fundamental buscar atendimento em um hospital de referência ginecológica para avaliação.

Confira medidas para garantir mais segurança no procedimento:

  • Verifique as credenciais do médico: certifique-se de que o profissional é ginecologista e verifique seu registro de especialidade no site do CFM.
  • Observe o ambiente do consultório: verifique se o local é limpo e organizado, garantindo um ambiente adequado para o procedimento.
  • Trate vulvovaginites antes do procedimento: caso haja infecções, trate-as antes da inserção do DIU para reduzir riscos.
  • Tire todas as dúvidas previamente: antes do procedimento, pergunte sobre qualquer aspecto que você não entenda completamente.

É importante conhecer todas as etapas do procedimento, seus efeitos desejáveis e indesejáveis, e os potenciais riscos, além de saber como minimizá-los.

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