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Crise de raiva pode aumentar risco de infarto e AVC, apontam estudos

Um breve episódio de raiva é capaz de alterar os vasos sanguíneos e provocar o infarto, também chamado de ataque cardíaco

Carolina Mota

Um novo estudo publicado recentemente pela revista científica Journal of the American Heart Association, revelou que um breve episódio de raiva é o suficiente para aumentar de forma significativa o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, por até 40 minutos após a crise.

Pesquisas anteriores mostraram que os surtos de raiva comprometem a capacidade de relaxamento dos vasos sanguíneos e podem aumentar o risco de desenvolvimento de aterosclerose, que é o acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas, e, com isso, desencadear doenças cardíacas e derrames. No entanto, o novo estudo revelou que um breve surto de raiva já é capaz que causar todos esses danos ao organismo.

“Estudos observacionais relacionaram sentimentos de emoções negativas com ataques cardíacos ou outros eventos de doenças cardiovasculares. A emoção negativa mais comum estudada é a raiva, e há menos estudos sobre ansiedade e tristeza, que também têm sido associadas ao risco de ataque cardíaco”, disse o principal autor do estudo, o médico Daichi Shimbo, professor de medicina no Centro Médico Irving da Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, em comunicado.

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Tristeza e ansiedade também podem aumentar os riscos de infarto

A pesquisa também mostrou que sentimentos como tristeza e ansiedade podem ter um impacto negativo no relaxamento dos vasos sanguíneos. Os 280 adultos participantes foram aleatoriamente designados para uma das quatro sensações durante 8 minutos: relembrar uma memória pessoal que os deixou irritados; relembrar uma memória pessoal de ansiedade; ler uma série de frases deprimentes que evocavam tristeza; ou contar repetidamente até 100 para induzir um estado emocionalmente neutro.

Os pesquisadores avaliaram as células que revestem os vasos sanguíneos procurando evidências de dilatação prejudicada dos vasos sanguíneos, aumento da lesão celular e/ou redução da capacidade de reparo celular. As medições foram feitas em vários momentos: no início do estudo (0 minutos) e em quatro momentos diferentes após vivenciar a tarefa emocional atribuída: 3 minutos, 40 minutos, 70 minutos e 100 minutos.

Os resultados mostraram que tarefas que relembravam eventos passados ​​que causavam raiva levaram a um prejuízo na dilatação dos vasos sanguíneos, de zero a 40 minutos após a tarefa. A deficiência não estava mais presente após a marca de 40 minutos.

“Vimos que evocar um estado de raiva levava à disfunção dos vasos sanguíneos, embora ainda não compreendamos o que pode causar estas alterações”, disse Shimbo. “A investigação das ligações subjacentes entre a raiva e a disfunção dos vasos sanguíneos pode ajudar a identificar alvos de intervenção eficazes para pessoas com risco aumentado de eventos cardiovasculares”.

(Carolina Mota, estagiária sob supervisão do editor web de OLiberal, Felipe Saraiva)

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