MENU

BUSCA

Condicionamento físico pode influenciar no tratamento contra o câncer, afirmam cientistas

Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) em parceria com a Harvard Medical School, dos Estados Unidos, apresentou resultados de testes feitos em pacientes com câncer de pulmão.

Lívia Ximenes

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Harvard Medical School, dos Estados Unidos, atestaram como o condicionamento físico pode influenciar no tratamento contra o câncer. Em estudo feito com 55 pacientes com câncer de pulmão, divulgado na revista European Journal of Clinical Investigation, duas substâncias foram encontradas no plasma sanguíneo e podem auxiliar na análise da futura resposta à quimioterapia. O levantamento teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).

VEJA MAIS

Homem recebe primeira dose da vacina contra câncer de pulmão em teste mundial
Janusz Racz, de 67 anos, recebeu uma dose da vacina experimental BNT116, desenvolvida pela BioNTech para combater o câncer de pulmão em estágio avançado

Dia Mundial sem Tabaco: especialista dá dicas para quem quer parar de fumar
Esse hábito está relacionado a todos os tipos de câncer, sobretudo, com o câncer de pulmão

Câncer de pulmão tem cura? Conheça a doença que provocou a morte de Rita Lee
A cantora de 75 anos faleceu na noite de segunda-feira (8); a notícia do falecimento foi divulgada na manhã seguinte

A pesquisa apontou que a aptidão física dos pacientes com câncer é muito mais importante do que a massa muscular. “O paciente que tem melhor desempenho físico vive mais e isso não tem relação com o estado geral dele”, diz Willian das Neves Silva, primeiro autor do estudo. De acordo com o professor Gilberto de Castro Junior, orientador de Willian, aqueles que apresentaram alta performance nos testes físicos simples não tiveram prejuízo de consumo de oxigênio e, dessa forma, não há danos às células musculares.

Os pacientes analisados são do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). A maioria do grupo é formada por homens, sendo todos fumantes. O tratamento foi realizado entre abril de 2017 e setembro de 2020, com acompanhamento por, aproximadamente, três meses.

Enquanto no Brasil foram feitos testes físicos, nos Estados Unidos o exame foi de metabolômica (observação das diferentes respostas do metabolismo) com o plasma sanguíneo e amostras de células musculares. Na FM-USP, os pacientes tiveram que levantar, caminhar por tês minutos, voltar e sentar novamente; depois, precisaram sentar e levantar dez vezes, antes de caminhar por mais seis minutos. Já em Harvard, a análise ocorreu nos produtos intermediários ou finais do metabolismo celular.

Nos EUA, o estudo apresentou duas substâncias: serina e M22G. A serina, um aminoácido não essencial ligado a ações do metabolismo, é associada ao crescimento de células tumorais quando está em excesso no organismo e pode reduzir o tumor ao ser inibida. Juntamente ao M22G, ela pode auxiliar em análises futuras dos pacientes, para determinar aqueles que têm mais chances de responder ao tratamento.

VEJA MAIS

Jenna Fischer, de 'The Office', revela diagnóstico de câncer de mama
Atriz que interpretava a personagem Pam Beesly compartilhou um texto para conscientizar seus fãs e seguidores no Outrubro Rosa

Madonna lamenta morte de irmão mais novo: 'Nunca haverá ninguém como ele'
Christopher morreu por complicações de um câncer; há um mês, cantora perdeu a madrasta que também enfrentava a mesma doença

Outubro Rosa ajuda a esclarecer sobre a prevenção do câncer de mama
O câncer de mama é o que mais acomete e mata mulheres cisgêneras em todo o mundo

“O que nós mostramos é que existe uma relação dessas substâncias com a performance desses pacientes e talvez isso possa funcionar, no futuro, como um marcador de desempenho, mas nós ainda precisamos estudar mais”, afirma Willian das Neves Silva. Em etapas futuras, o projeto focará em encontrar biomarcadores que auxiliem na compreensão da doença e entender se há benefícios em associar atividade física à quimioterapia.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão de Enderson Oliveira, editor de OLiberal.com)

Saúde