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Zelensky pede à UE que mantenha pressão sobre a Rússia

AFP

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pediu nesta quinta-feira (20) à União Europeia (UE) que mantenha a pressão sobre a Rússia, antes de novas conversas de cada país separadamente com representantes dos Estados Unidos, previstas para a próxima semana.

Zelensky, que falou por videoconferência com uma cúpula de líderes da UE em Bruxelas, afirmou que, apesar das declarações do presidente russo, Vladimir Putin, sobre sua disponibilidade para a paz, "nada mudou".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve esta semana conversas por telefone com Putin e com Zelensky.

Os contatos, no entanto, não tiveram efeito imediato, e a Rússia voltou a bombardear na quarta-feira as infraestruturas energéticas ucranianas.

Trump sugeriu na quarta que seu país poderia assumir a defesa de parte das infraestruturas energéticas da Ucrânia, mas Zelensky disse nesta quinta que "não discutirá" a transferência de propriedade de usinas nucleares aos Estados Unidos.

Se os americanos "quiserem modernizar essas plantas, investir nelas (...) é uma questão diferente, é uma questão que está em aberto e podemos falar sobre isso", acrescentou.

Zelensky denunciou novamente aos dirigentes da UE os ataques russos às infraestruturas de energia. "Enfrentamos isso todos os dias e todas as noites", lamentou.

"Apesar das palavras de Putin sobre supostamente estar pronto para parar os ataques, nada mudou", garantiu em sua mensagem à União Europeia.

Também pediu que o bloco mantenha vigentes suas sanções "até que a Rússia comece a se retirar" do território ucraniano e "compense pelos danos causados por sua agressão". "As sanções são muito, muito necessárias", enfatizou.

No Reino Unido, os chefes de Estado-Maior de 30 países se reuniram nesta quinta-feira para discutir como manter a paz caso seja estabelecido um acordo de cessar-fogo entre russos e ucranianos.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que organizou esta cúpula militar, está trabalhando com o presidente francês, Emmanuel Macron, para construir a chamada "coalizão de países voluntários".

Segundo Starmer, esses planos "estão tomando forma" e seu objetivo é transformar em realidade a "intenção política" de garantir a segurança da Ucrânia caso haja um cessar-fogo.

Em caso de trégua, Starmer e Macron querem enviar tropas à Ucrânia como parte de uma força de paz.

Segundo o governo britânico, um "número significativo" de países está disposto a fazer o mesmo, mas não adiantaram cifras concretas.

Durante o dia, a Rússia anunciou que realizará uma nova rodada de conversas com representantes dos Estados Unidos na próxima semana e, pouco depois, a Ucrânia fez o mesmo.

Em Moscou, o porta-voz Dmitri Peskov confirmou que uma equipe russa conversará com enviados americanos na segunda-feira na Arábia Saudita.

Zelensky, por sua vez, anunciou que as delegações da Ucrânia e dos Estados Unidos também se reunirão na segunda-feira na capital saudita.

Segundo o presidente ucraniano, essas reuniões serão separadas dos encontros entre funcionários russos e americanos, que têm como objetivo chegar a um acordo sobre os termos do cessar-fogo nos ataques à infraestrutura energética.

Este ciclo de diálogo faz parte dos esforços do presidente americano para conseguir rapidamente um cessar-fogo dos combates na Ucrânia, mais de três anos após o início da invasão russa.

No terreno, a violência não para. A Força Aérea da Ucrânia disse nesta quinta-feira que a Rússia lançou 171 drones em todo o seu território durante a noite de quarta, e que duas pessoas morreram.

"Com cada ataque, os russos expõem ao mundo sua verdadeira atitude em relação à paz", afirmou Zelensky nas redes sociais.

A Rússia disse que suas unidades de defesa aérea derrubaram 132 drones ucranianos em várias regiões de todo o país.

bur-ahg/pc/meb/ic/aa/am

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