Viúva de Marielle Franco, vereadora Monica Benicio denuncia ameaça de estupro
Vereadora registrou queixa-crime na tarde desta terça-feira
A vereadora do Rio de Janeiro Monica Benicio (Psol) informou ter recebido ameaça de “estupro corretivo” pela internet. Viúva de Marielle Franco, assassinada no dia 14 de março de 2018, Benicio recebeu uma mensagem com conteúdo de ódio voltado a lésbicas enviada por e-mail que utiliza como parte dos trabalhos de uma pessoa que se identificou como Astolfo Bozzônio Rodrigues. Ela registrou uma queixa-crime na tarde desta terça-feira (22) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).
O email com as ameaças descrevia, inclusive, como seria o crime. “Algo muito violento não só para uma mulher lésbica, mas para as mulheres como um todo”, completou.
VEJA MAIS
Monica ainda não sabe se Astolfo Bozzônio Rodrigues é a identidade real da pessoa que fez as ameadas, mas descobriu uma conta vinculada a esse nome na rede social X (antigo Twitter) com publicações homofóbicas. “Ele diz que ser uma mulher lésbica é uma aberração”, relatou a vereadora, na queixa-crime.
Em suas redes sociais, a vereadora também comentou sobre o caso.
“Hoje registrei queixa-crime na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) contra a ameaça de estupro corretivo que sofri. Mas precisei me manifestar também em plenário, porque não posso ficar calada em um espaço hostil que muitas vezes reproduz tanta misoginia e lgbtfobia e que é conivente com a violência política de gênero que eu e outras parlamentares estamos sofrendo”, escreveu, ao publicar um vídeo sobre seu pronunciamento na Câmara.
“O estupro corretivo é fruto do imaginário de uma sociedade machista e patriarcal, que acha que o corpo da mulher só serve se estiver a serviço e à disposição de um homem. E tudo que foge dessa conduta soa errado numa sociedade que cultua o falocentrismo. Ser lésbica é uma afronta a esse imaginário marcado pelo preconceito. Não aceitaremos intimidações e violências. Nosso mandato é uma demanda de mais de 20 mil cariocas e me afirmar sapatão nessa casa é um ato político! Não vou recuar da luta contra a lesbofobia e a violência de gênero”.