Terrorista preso tinha hotel para pets e deixou animais passando fome e sede
Três mulheres que estavam desconfiadas do sumiço de Evandro fizeram denúncia à polícia e foram até a chácara buscar os bichos
Evandro Eugênio de Miranda, um dos presos que participou da invasão e destruição das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, é dono de um hotel para pets em Brazlândia que funcionava como hospedagem para animais e que abriga cerca de 15 cães e 10 gatos. No local, todos os animais foram encontrados abandonados em em situação de maus-tratos. As informações são do portal Metrópoles.
“Uma tutora tentava entrar em contato com eles há alguns dias para saber como os animais estavam, mas não conseguia. Até que ela resolveu ir ao local, e os vizinhos contaram que ele e a esposa estavam presos por participarem dos atos terroristas”, conta Ana Paula de Vasconcelos, advogada do Fórum de Defesa Animal da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Distrito Federal (OAB-DF).
Três mulheres que estavam desconfiadas do sumiço de Evandro fizeram denúncia à polícia nesta segunda-feira (16) e foram até a chácara buscar os bichos. Ao todo, sete tutores já foram localizados.
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Outra tutora, que preferiu não ser identificada, também estranhou a falta de contato do homem, até que soube, por meio de uma conhecida, que ele havia sido preso. O animal dela foi resgatado da rua e estava na hospedagem há cerca de seis meses. “Eu levei ele gordo, bonito, e ele está voltando para casa na pele e no osso”, lamenta a mulher.
De acordo com mais uma testemunha, Evandro é conhecido por ser uma pessoa violenta. “Parece que os vizinhos têm medo dele e que ele já se envolveu em confusões na vizinhança várias vezes, porque ele espancava a mulher e os cachorros.” Ela ainda afirma que todos os animais estão doentes e raquíticos.“Os animais estão muito desnutridos; parece que não comem há meses, e não há uma semana. Os vizinhos disseram que eles estão abandonados desde dezembro do ano passado e que Evandro está com ordem de despejo há algum tempo”, disse a testemunha.
Segundo tutoras dos animais hospedados, Evandro mandava fotos e vídeos e, frequentemente, pedia dinheiro para arcar com os custos dos remédios e da alimentação dos animais. “As rações que ele comprava eram premium, mas as que estavam lá eram de qualidade ruim. Ele trocava as rações para poder lucrar”, diz a testemunha.
(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Elisa Vaz, repórter do Núcleo de Política).
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