Saiba como fugir da alta no preço dos remédios; farmácias de bairro são opção
Consumidores fazem fila em farmácia no bairro da Pedreira em busca de preços menores
Com o anúncio do reajuste de 10,89% no valor de cerca de 13 mil medicamentos em todo o País, que vale a partir desta quinta-feira, 31 de março, a procura de consumidores em Belém pelas farmácias de bairro se faz ainda maior. A preferência por estabelecimentos locais se dá pelo fato de que os preços praticados são menores do que nas grandes redes nacionais.
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No bairro da Pedreira, no primeiro dia em que os novos valores podem ser aplicados, de acordo com determinação do governo Jair Bolsonaro, uma fila se formou em frente a uma das mais conhecidas dos moradores da área, localizada na avenida Pedro Miranda.
Emília Sena, de 47 anos, é autônoma e compra remédios constantemente para tratamento de dor de cabeça e de garganta, dores abdominais e também para pressão alta – este último de uso contínuo. Como recebe o salário sempre no final do mês, aproveitou o primeiro dia com dinheiro para fazer a compra mensal de seus medicamentos. Ela comenta que vem observando as altas nos preços e se diz preocupada com o novo reajuste.
“Comprava buscopan a R$ 9, R$ 10, fui comprar outro dia já estava custando R$ 14, e agora deve ter aumentado de novo. Só que aqui [na farmácia] é mais barato, é a mais em conta do bairro. O remédio de pressão nem posso ficar sem, porque desde que tive covid-19, no ano passado, passei a sofrer de pressão alta, então preciso usar com frequência”, afirmou.
O servidor público federal Aurimar Viana, de 59 anos, também faz uso de remédios contínuos, para tratamento de doenças cardiovasculares. Somado a esses, os medicamentos de rotina, comprados sem receita, conferem um gasto mensal de R$ 200.
“São três que compro mensalmente para tratar os problemas de coração. E esse aumento com certeza impacta, porque os remédios de uso contínuo não posso parar de usar. Todo aumento é preocupante porque impacta na renda, e a nossa renda está fixa, enquanto tudo tem aumentado”, reclama o funcionário público, há cinco anos sem reajuste.
Lucidene Coimbra, de 57 anos, é dona de casa e mora sozinha. Com a ajuda do filho, ela paga em torno de R$ 500 pelos medicamentos que usa mensalmente para tratar diabetes, hipertensão, e outros.
“Só um dos meus remédios custa R$ 195, aí vai somando o resto chega nos 500 reais. Nem estava sabendo desse novo aumento. É ruim porque a gente se sente deixado de lado, porque deixamos de comprar coisas para nós”, diz.
Aumento no preço dos medicamentos vai começar a ser sentido em abril
A farmacêutica Elenice Costa afirmou que, nesta quinta-feira, os valores praticados nas vendas ainda se mantinham iguais, mas que devem aumentar em breve. “Vai aumentar nas distribuidoras e, provavelmente, vai ter que repassar para o preço final dos produtos, creio que em todos [os medicamentos]. Aqui não prejudica, porque vendemos um pouco mais barato em relação às outras, por isso o fluxo é maior. O movimento é intenso todo dia, ainda mais no início de mês, que as pessoas recebem [o salário]”, declarou.
A funcionária de uma grande rede de farmácias também localizada no bairro da Pedreira confirmou que haverá o aumento, mas os preços dos medicamentos ainda não sofreram reajuste nesta quinta-feira. De acordo com a atendente, que prefere não se identificar, a procura no estabelecimento aumentou consideravelmente nesses últimos dias, desde o anúncio da alta nos produtos, por isso, a empresa tem procurado dar descontos para os clientes que estão tentando comprar com os preços antes da correção.
Entenda como o reajuste é definido
Segundo o Sindicato dos Produtos da Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), o percentual de reajuste é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial responsável pela regulação do mercado de medicamentos. Apesar de autorizado, o reajuste não é automático e nem imediato, já que a regulação dos preços é definida pela grande concorrência entre as empresas do setor.
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