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Romildo Rolim é exonerado da presidência do Banco do Nordeste, após cobrança do Centrão

Rolim é servidor de carreira do BNB e havia chegado à presidência no governo Michel Temer

Agência Estado
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Por ordem do Palácio do Planalto, o Conselho de Administração do Banco do Nordeste (BNB) exonerou nesta quinta-feira, 30, o servidor Romildo Carneiro Rolim da presidência da instituição. A demissão foi uma cobrança do Centrão, a um ano das eleições de 2022. A saída se dá em meio à disputa pelo controle do programa de microcrédito, uma referência dessa modalidade de financiamento em todo o País.

Os empréstimos de pequena monta - em torno de R$ 2 mil a R$ 5 mil, em média - têm potencial eleitoral no Nordeste. São 3,5 milhões de clientes ativos e R$ 15 bilhões aplicados ao todo, espalhados em mais de 2 mil municípios.

O Conselho de Administração foi convocado a pedido do Planalto para fazer a mudança. A Casa Civil, chefiada pelo ministro Ciro Nogueira, negou a recondução do mandato de Rolim. Na véspera, Rolim havia feito um aceno público a Bolsonaro. Afirmou em uma transmissão ao vivo na internet que o BNB era "um braço de governo" e que recebia todo o apoio dele para ampliar a liderança no mercado nacional com seus programas de microcrédito

Ciro Nogueira, também presidente do Progressistas, maior partido do Centrão, mantém boas relações com o novo presidente interino e diretor de negócios do BNB, o advogado Anderson da Cunha Possa, também avalizado pelo PL. O partido, no entanto, fez chegar ao Palácio do Planalto que seu novo indicado para presidir o banco é Ricardo Pinto Pinheiro, consultor do setor regulatório de energia e saneamento.

A troca no comando do Banco do Nordeste, entregue por Bolsonaro ao PL, ocorreu três dias depois de o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, cobrar em público a substituição de toda a diretoria. Em vídeo, ele afirmou que Bolsonaro o questionou sobre o contrato de R$ 583 milhões, justamente no setor de atendimento ao microcrédito, com o Instituto Nordeste Cidadania (Inec), cuja parceria com o BNB foi firmada em 2003, no primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para apoiadores do atual governo, isso empodera politicamente os adversários de Bolsonaro.

Condenado e preso no escândalo do mensalão em 2012, Costa Neto falou em tom de moralização e levantou suspeitas sobre o contrato vigente há 18 anos, sem indícios anteriores de irregularidades. "Não podemos ter uma ONG contratada num banco da importância do Banco do Nordeste", disse ele, que aos poucos abandona a discrição e começa a reaparecer em público ao lado de Bolsonaro. O ex-deputado nunca deixou de comandar o partido de fato e sempre seguiu articulando as principais decisões nos bastidores. O Inec afirmou que os recursos da parceria com o BNB são aplicados na operacionalização dos programas e que não recebe remuneração.

Rolim é servidor de carreira do BNB e havia chegado à presidência no governo Michel Temer, mas se amparou em diferentes apoios políticos para permanecer na direção.

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