MENU

BUSCA

Relatório da CPMI pede indiciamento de Bolsonaro, Braga Netto e mais 54 pessoas; veja a lista

Militares das Forças Armadas, como os ex-comandantes da Marinha, Almir Garnier Santos, e do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, além do general Augusto Heleno, também estão na lista

O Liberal

O relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apurou os ataques em Brasília de 8 de janeiro e episódios anteriores que, em tese, teriam inflamado intenções golpistas pelo país, pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros nomes ligados ao ex-presidente, incluindo ex-ministros e ex-assessores, além de militares das Forças Armadas. A lista sugerida pela relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que é da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem 56 pessoas, e aponta 26 delitos diferentes.

VEJA MAIS

Relatório da CPMI do 8 de janeiro será lido nesta terça-feira (17)
Documento deve sugerir o indiciamento criminal de pessoas suspeitas de envolvimento em atos golpistas, além de propor projetos de lei ao Congresso

Empresário do Agro suspeito de financiar atos contra eleições fica em silêncio na CPMI
Argino Bedin não respondeu as perguntas dos membros do colegiado que apura os atos ocorridos em Brasília em 8 de janeiro, mas se emocionou ao ser defendido por políticos da oposição

Além de Bolsonaro, o texto pede o indiciamento do general Braga Netto, de Anderson Torres, do general Augusto Heleno, da deputada federal Carla Zambelli, entre outros.

Para Eliziane Gama, o entorno de Bolsonaro estimulou manifestações de cunho golpista.

"Jair Bolsonaro e todos os que o cercam sabiam disso [articulações golpistas]. Conheciam os propósitos e as iniciativas. Compreendiam a violência e o alcance das manifestações. Frequentavam os mesmos grupos nas redes sociais. Estimulavam e alimentavam a rebeldia e a insatisfação. Punham deliberadamente mais lenha na fogueira que eles mesmos haviam acendido”, disse, no relatório.

Nunes Marques derruba quebras de sigilo de Silvinei Vasques determinadas pela CPMI do 8 de janeiro
A relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), criticou a decisão do ministro

General Heleno se irrita com relatora da CPMI do 8 de janeiro: ‘é pra ficar p***’; vídeo
Ex-ministro-chefe do GSI na gestão de Bolsonaro, militar foi convocado para prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento indireto com os atos do 8 de Janeiro

Veja a lista:

  1. ex-presidente Jair Bolsonaro
  2. general Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa
  3. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF nos atos
  4. general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro
  5. general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro
  6. general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro
  7. almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha
  8. general Freire Gomes, ex-comandante do Exército
  9. tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro
  10. Filipe Martins, assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro
  11. deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)
  12. coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  13. general Ridauto Lúcio Fernandes
  14. sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
  15. major Ailton Gonçalves Moraes Barros
  16. coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde
  17. coronel Jean Lawand Júnior
  18. Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF
  19. Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal
  20. general Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI
  21. general Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI
  22. coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI
  23. coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI
  24. tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI
  25. capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI
  26. sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI
  27. coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI
  28. tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI
  29. coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF
  30. coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF
  31. coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF
  32. coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF
  33. coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF
  34. major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF
  35. major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF
  36. Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal
  37. Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal
  38. Maurício Junot, empresário
  39. Adauto Lúcio de Mesquita, financiador
  40. Joveci Xavier de Andrade, financiador
  41. Meyer Nigri, empresário
  42. Ricardo Pereira Cunha, financiador
  43. Mauriro Soares de Jesus, financiador
  44. Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador
  45. Antônio Galvan, financiador
  46. Jeferson da Rocha, financiador
  47. Vitor Geraldo Gaiardo , financiador
  48. Humberto Falcão, financiador
  49. Luciano Jayme Guimarães, financiador
  50. José Alipio Fernandes da Silveira, financiador
  51. Valdir Edemar Fries, financiador
  52. Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador
  53. Joel Ragagnin, influenciador
  54. Lucas Costar Beber, financiador
  55. Alan Juliani, financiador
  56. Amauri Feres Saad, advogado

Apresentado na reunião desta terça-feira da CPMI, o texto deve ser votado somente nesta quarta-feira (18). Os pedidos apresentados pela relatora em seu parecer não configuram indiciamentos automáticos, mas apenas uma sugestão. Se aprovado, o relatório deve ser encaminhado aos órgãos responsáveis, como o Ministério Público, que deve avaliar a apresentação ou não de denúncias.

General Heleno depõe à CPMI do 8 de janeiro e é aplaudido de pé pela oposição; vídeo
Habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristino Zanin autorizou o general a ficar em silêncio

Arthur Maia sobre acareação de Bolsonaro com Mauro Cid na CPMI: ‘Isso não vai acontecer’
Questionado por jornalistas, presidente da CPMI do 8 de janeiro comentou sobre o pedido feito pela relatora do colegiado, Eliziane Gama

Entre os delitos mais frequentes citados no relatório estão tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de depor governo legítimo. Esses dois tipos penais foram atribuídos a 46 pessoas.

No caso de Bolsonaro, a relatora pediu o indiciamento pelos crimes de associação criminosa; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de depor governo legitimamente constituído; e emprego de medidas para impedir o livre exercício de direitos políticos.

Política