'Quero sensibilizar nosso presidente', diz 'dama do tráfico' recebida no Ministério da Justiça
Esposa de um dos líderes do CV no Amazonas, Luciane diz que está sendo tratada como criminosa por pessoas que não acreditam na pauta que ela defende: defesa das pessoas presas
Luciane Farias afirma que está sendo tratada como criminosa desde que foi a Brasília e pediu ajuda ao governo federal em defesa das pessoas presas. Esposa de Clemilson dos Santos Farias, um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas, ela é conhecida como “dama do tráfico amazonense” e está à frente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas, que atua na defesa dos familiares dos presos.
Em uma entrevista concedida ao portal UOL e publicada nesta sexta-feira (17), ela conta que busca 'sensibilizar' o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama, Janja, para a situação do sistema prisional e para que as políticas de proteção a defensores de direitos humanos sejam reforçadas.
VEJA MAIS
“Quero sensibilizar nosso presidente, que passou pelo sistema, a Janja que já visitou [unidades prisionais]. Talvez eles não tenham passado por tantas mazelas, porque o status é diferente. Queria que olhassem para a gente, ativistas de direitos humanos, e criassem protocolos para nos proteger”, declarou. “Queria que olhassem para mim como a esposa de uma pessoa que errou, mas não como uma criminosa”, completou.
Em março e em maio deste ano, Luciane se encontrou com dois secretários do Ministério da Justiça, comandado por Flavio Dino. Ela argumenta que é "cidadã brasileira" e estava "na casa do povo". "Tenho documento para comprovar que não sou condenada. Vou ter que andar com esses papéis embaixo dos braços?”, questionou.
Condenação
De acordo com o portal Metrópoles, o Ministério Público do Amazonas denunciou Luciane e Clemilson sob acusação de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa em 2 de agosto de 2018. Em 2022, o casal foi absolvido em 1ª instância, mas sentença foi modificada em outubro deste ano pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (2ª instância), em decisão judicial tomada após a presença de Luciane em Brasília.
Ela foi condenada a 10 anos de prisão e Clemilson a 31 anos, 7 meses e 3 dias. Luciane pode recorrer em liberdade.