Preso suspeito de incitar violência contra vereadora de Belém, Bia Caminha
Ele é investigado por graves ameaças contra a vereadora paraense e deputadas mineiras, em Chans, espaços online da deep web
A vereadora da Câmara Municipal de Belém, Bia Caminha (PT), foi informada pela Polícia Civil de Minas Gerais, na tarde desta terça-feira (7), sobre a prisão do homem investigado por ter incitado violência contra ela e também mais três deputadas do estado de Minas Gerais, em Chans, que são espaços online encontrados na chamada deep web, ou seja, nas páginas da internet que os mecanismos de pesquisa não conseguem identificar.
Em setembro do ano passado, a vereadora Bia Caminha registrou Boletim de Ocorrência (BO) na Divisão de Combate a Crimes Contra Direitos Individuais Por Meio Cibernéticos, da Polícia Civil, em Belém, após receber um email com ameaças de estupro, em que o autor citava termos como “estupro corretivo terapêutico” e informava que iria à casa da vítima fazer uma demonstração porque tinha o endereço dela.
Nesta terça-feira, a vereadora soube pela polícia mineira que o homem que a ameaçava foi preso. A prisão foi realizada nesta mesma terça-feira, no estado de Pernambuco (PE), após investigação cibernética e trabalho de campo que identificou e localizou o acusado.
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Segundo a polícia, o homem seria transferido ainda na terça-feira para para Minas Gerais. Isso porque, ele era investigado pelas ameaças de estupro e morte praticadas contra as deputadas estaduais de Minas Gerais: Lohanna Souza França Moreira de Oliveira, Bella Gonçalves e Beatriz Cerqueira.
Força-tarefa
A prisão do acusado resulta da força-tarefa realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes, e pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), com o apoio do Gaeco de Pernambuco.
A força-tarefa divulgou que iniciou a investigação, ainda, em agosto de 2023, e descobriu que as ameaças foram planejadas e executadas no contexto de fóruns e grupos na internet denominados “chans”, onde os integrantes realizavam incitação à violência, à pedofilia e à necrofilia, com postagens de imagens de estupros, assassinatos e mutilações e com grande conteúdo de abuso e exploração sexual infantil (“pornografia infantil”).
A partir de diligências cibernéticas, a polícia conseguiu identificar os integrantes do “chan” ligados às condutas investigadas e o principal líder do grupo criminoso, usuário dos nicknames “Leon” e “Grow”. Esse homem também é suspeito de coagir adolescentes a se automutilarem e a lhe enviarem fotos nuas.
Denúncia e alívio
Bia Caminha disse que recebeu a notícia da prisão com alívio. “Eu me sinto aliviada pela identificação e prisão do líder do grupo que dirigia ameaças de estupro e morte a mim desde o ano passado. Estou ansiosa para que as investigações das demais ameaças também avancem e a Justiça leve os criminosos a julgamento para que sejam punidos na forma da lei”, comenta a parlamentar.
“Em qualquer ameaça seja de estupro, de morte, qualquer forma de violência, é fundamental que o primeiro passo seja o registro da ocorrência e de preferência na delegacia especializada de crimes cibernéticos e fazer o acompanhamento desse boletim”, afirmou Bia Carminha, ao Grupo Liberal, na noite desta terça-feira.
Ela também acrescentou: “Acho também importante acionar instituições e órgãos coletivos que atuam na proteção dos direitos humanos, por exemplo, a ouvidoria do nosso mandato está à disposição para acompanhar casos nessa esfera de crimes discriminatórios. A gente tem interesse em contribuir com o máximo de informações e esclarecimentos para que essas vítimas se sintam seguras e consigam seguir com a vida delas da forma mais normal possível e que os agressores sejam julgados e punidos”.
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