No Senado, Simone Tebet defende Ferrogrão como projeto prioritário para Brasil

Em audiência nesta segunda-feira (2), na Comissão de Infraestrutura do Senado, em Brasília (DF), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que, apesar do Brasil não ter orçamento para investir em ferrovias, a expansão do modal ferroviário no País pode acontecer a partir de parcerias com o setor privado e recursos estrangeiros. Ela ainda citou o projeto da estrada de ferro Ferrogrão, no Pará, entre prioridades e exemplo de obras que podem sair do papel a partir dessa forma de se garantir investimentos.

Tebet defendeu no Senado que deve ser estabelecido um marco para se definir o melhor modelo entre parcerias de empresas nacionais e internacionais. Destacando a Ferrogrão entre os mais importantes dos cinco corredores de transportes previstos para a integração sul-americana, a ministra citou a ferrovia como principal exemplo de empreendimentos que têm sua implantação dificultada e judicializada. Ainda em fase de estudos, o projeto da estrada de ferro Ferrogrão pretende ligar Sinop (MT) a Miritituba (PA), para permitir o escoamento da produção brasileira de grãos através de portos na região Norte.

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Investidores estrangeiros

A ministra do Planejamento e Orçamento afirmou aos senadores presentes à audiência que empresas estrangeiras já manifestaram interesse em investir na construção de estradas de ferro no Brasil. No entanto, também ressaltou que a regulamentação do setor ainda trava a concretização dos projetos.

Simone Tebet não adiantou nomes de empresas ou instituições, mas assegurou o interesse de investidores estrangeiros. “Eu não vou adiantar, mas sei que tem muita gente de fora interessada. Se eles vão poder entrar com 51% ou só 49%, isso é uma discussão que nós já estamos tratando e eu acredito que a Comissão de Infraestrutura também poderá dar sua parcela de contribuição”, comentou a ministra.

Rotas de integração

Na participação da audiência desta terça-feira na Comissão de Infraestrutura do Senado, Simone Tebet apresentou o plano do governo federal para obras que estabeleçam cinco rotas visando a integração sul-americana. Foi durante essa apresentação que a ministra foi questionada por senadores sobre as dificuldades de recursos para se concretizar investimentos de transporte no Brasil, especialmente em ferrovias. 

O projeto da estrada de ferro Ferrogrão foi o único usado por Simone Tebet como exemplo entre os empreendimentos que enfrentam obstáculos à implantação com a judicialização dos seus projetos. Em sua resposta à comissão, a ministra afirmou ainda que a ferrovia será uma parte integral do programa que prevê obras de vias que favoreçam a integração do continente. 

A estrada de ferro, que poderá cortar o Pará como grande corredor de escoamento da produção nacional de grãos, também foi a única ferrovia destacada em toda a apresentação da ministra no Senado.