Manifestantes se reúnem em São Brás para protestar contra ataques em Brasília
Um dos principais motes do movimento era o pedido de não anistia aos envolvidos nos crimes ocorridos em Brasília, no domingo, 8
Uma grande manifestação foi ocorreu, na noite desta segunda-feira (9), em frente ao Mercado de São Brás, em Belém, para protestar contra os ataques em Brasília (DF), neste domingo (8). Segundo a estimativa da organização do evento, pelo menos duas mil pessoas participaram do ato. Partidos de esquerda, movimentos sociais e organizações da sociedade civil organizaram a mobilização, que transcorreu de forma pacífica e foi acompanhado de perto por homens da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e da Polícia Militar.
A diretora geral da Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa), Edivânia Alves, ressaltou a importância de toda a sociedade se envolver na luta contra os atos e que busquem sabotar o estado democrático de direito. “A luta histórica da Adufpa sempre foi pela liberdade democrática, pelo estado de direito e contra todo e qualquer tipo de ditadura. Nós entendemos que é gravíssimo o que ocorreu em Brasília. Foram atos terroristas, infelizmente, anunciados. E, por isso, o nosso clamor também é por uma investigação séria de todos os agentes da sociedade e do Estado envolvidos naqueles atos, pois eles não teriam acontecido sem a conivência de setores do Estado brasileiro, incluindo as forças armadas”, criticou.
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Com carros-som, bandeiras, baterias e outros instrumentos de percussão, além de sinalizadores, os manifestantes pediam para que não haja anistia aos envolvidos nos atos realizados na capital federal no domingo, os quais incluíram a depredação e a invasão de prédios-sede dos três poderes: Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Alvorada e o Congresso Nacional.
“Nós esperamos para esses crimes, assim como para todos os crimes políticos, que a punição seja exemplar. Embora nós tenhamos já uma marca de 500, 600 ou 700 pessoas presas, queremos que sejam responsabilizados, por exemplo, os financiadores desses atos antidemocráticos, pois precisamos saber quem paga por isso, quem são os empresários, políticos ou deputados, por exemplo, que são terroristas, seja no Estado do Pará ou no Brasil”, frisou a deputada estadual eleita, Lívia Duarte (PSOL).
A manifestação em Belém reuniu pessoas bem diferentes entre si. Estudantes, idosos, representantes do movimento LGBTQUIAP+ e integrantes de organizações sociais gritaram juntos, em vários momentos, em prol da democracia.
“Eu tenho quase 70 anos de idade, sou ribeirinha e faço parte do Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense. Acho muito importante protestar contra esses atos de intolerância e vandalismo, porque isso tudo tem muito a ver com a nossa vida, com a nossa sobrevivência, com a nossa luta com a nossa resistência, principalmente de nós, mulheres. O que ocorreu em Brasília foi um absurdo, uma barbárie, e aquelas pessoas que fizeram isso lá não são brasileiras, não nos representam e nós estamos aqui na rua pra dizer isso”, pontuou a aposentada Domingas Caldas, de 69 anos.
Novo ato está marcado para esta terça-feira na UFPA
A Universidade Federal do Pará (UFPA) realiza, nesta terça-feira (10), a partir das 10 horas, no Centro de Eventos Benedito Nunes (setor básico), um outro movimento público “em defesa da democracia e contra os movimentos golpistas e ações terroristas”. Segundo a instituição, que divulgou a programação em uma postagem de rede social, esses atos “não respeitam o resultado do processo eleitoral legítimo de outubro de 2022 e afrontam a Constituição Federal e o estado democrático de direito”.
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