Lula: para fábrica investir, é preciso estabilidade política, jurídica, econômica e social

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta segunda-feira, 7, que para uma fábrica investir no País é preciso que o Brasil ofereça estabilidade política, jurídica, econômica e social. A declaração foi dada na cerimônia de anúncio de expansão da fábrica da Novo Nordisk em Montes Claros (MG), com investimento de R$ 6,4 bilhões.
Lula ressaltou que esse foi o maior investimento da indústria farmacêutica na história do País.
Conforme informações divulgadas pelo governo, a empresa é importante fornecedora de insulina para o Sistema Único de Saúde (SUS) e, atualmente, gera 2,65 mil empregos diretos e indiretos na cidade.
Segundo o presidente, o primeiro requisito para atrair investimento é a estabilidade política, com garantia da democracia, seguida de estabilidade jurídica, para que investidores e empresas não sejam surpreendidos por mudanças "toda hora".
Na sequência, ele destacou a estabilidade econômica. "As pessoas têm que ter certeza de que o governo não vai tomar medidas na calada da noite para surpreender as pessoas."
Por fim, ele mencionou a estabilidade social. "A pessoa tem que saber que todo mundo está vivendo um clima de paz e que não vai ter confusão nesse País", disse.
'Quem tentar governar para todo mundo terá problemas com aqueles que recebem mais'
O presidente da República afirmou também que "quem tentar governar para todo mundo terá problemas com aqueles que recebem mais". A declaração foi dada ao defender o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, com a contrapartida de tributar as faixas de renda mais alta.
"Então, se você quiser governar para todo mundo, você começa a ter problema com aqueles que ganham mais. O companheiro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse aqui o seguinte, nós estamos tentando livrar do pagamento do imposto de renda as pessoas que ganham até R$ 5 mil. Estamos diminuindo o pagamento de imposto para quem ganha também entre R$ 5 e R$ 7 mil, que é por volta de 85% da população brasileira. E nós estamos fazendo com que a compensação para beneficiar esses 15 milhões de pessoas seja fazer com que 141 mil brasileiros paguem um pouco mais do que pagam, ou paguem um pouco de imposto de renda", afirmou Lula.
O presidente disse que "não é correto, justo e justificável" que pessoas pobres paguem o mesmo imposto que mais ricos, reiterando que a proposta do governo visa a justiça social.
Para isso, ele destacou algumas medidas que foram adotadas em seus governos anteriores, como o Fies. mais cedo, ele também destacou a geração de empregos e frisou a regra que prevê a equiparação salarial entre homens e mulheres que ocupam a mesma função.
Bolsa Família
O presidente da República disse ainda que nada é mais dignificante para uma pessoa do que ter a própria renda e que ninguém quer viver apenas de Bolsa Família, mas que o programa é uma ajuda para aqueles que estão em situação mais vulnerável.
"Não tem nada mais dignificante na vida de uma mulher ou de um homem, solteiro ou casado, do que trabalhar e, com o exercício de seu trabalho, ele, no final do mês, levar para sua casa o dinheiro para sustentar sua família, para sustentar sua mãe, para sustentar sua avó, ou seja, para ter o que comer com o seu suor. Ninguém quer viver de favor, ninguém quer viver apenas recebendo o Bolsa Família. O Bolsa Família é um programa até que as pessoas consigam sobreviver por conta própria, ter um emprego e a gente vai tentar resolver o problema da pobreza nesse País", afirmou Lula.
O presidente, então, disse que muito dinheiro na mão de poucos significa miséria, mas pouco dinheiro na mão de muitos significa desenvolvimento, crescimento econômico e distribuição de renda. Ele citou como exemplo o que fazer com R$ 1 milhão. No caso de o valor ser dado a apenas uma pessoa, Lula disse que ela investiria o montante. "Ele ia correr para um banco, iria abrir uma conta ou talvez até aplicar a própria Tesouro Nacional, porque o juro está alto, e ele iria sozinho receber 14,5% ao ano de juros", comentou.
Caso o valor fosse distribuído, entre mais pessoas, teria um efeito multiplicador na economia. "Todo mundo ia para o supermercado comprar alguma coisa, ou ia para o bar tomar uma cervejinha, ou ia tomar um café a mais, ou ia comer um lanche a mais, ou ia comprar um chinelo para a filha, ou um caderno para o filho, ou seja, esse dinheiro iria circular na mão de todo mundo. Ele ia para o comércio, o comércio iria vender, o comércio iria incomodar mais da indústria, que iria produzir mais e o comércio gerava emprego, a indústria gerava emprego e todo mundo ganharia. Porque o que faz uma economia ser importante é o dinheiro circulando na mão de todas as pessoas e não apenas na mão de meia dúzia de pessoas", disse.
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