JN, Bolsonaro defende gestão e afirma que respeita resultado de eleições 'limpas e transparentes'
Candidato à reeleição, presidente falou sobre política, meio ambiente e economia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) estreou a série de entrevistas com os candidatos à presidência, na noite desta segunda-feira (22), no Jornal Nacional, da Globo. Ao vivo no estúdio da emissora, no Rio de Janeiro, ele afirmou que respeitará o resultado das Eleições 2022. Ao ser questionado se respeitaria o resultado das urnas, Bolsonaro afirmou que
"Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes”, frisou Bolsonaro logo no início da entrevista de 40 minutos cronometrados.
O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, foi entrevistado pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.
De início, Bonner perguntou a Bolsonaro qual o propósito de ele questionar a segurança da urna eletrônica. Bolsonaro citou o inquérito sobre a presença de hackers em sistemas virtuais do TSE, mas, por fim, acabou afirmando que respeitará o resultado das urnas. "Serão respeitados os resultados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes. Por que você disse que são auditáveis e em 2014 não aconteceu isso? Mas, tudo bem, vamos botar um ponto final nisso? Vamos para outra pergunta", afirmou.
Ele considerou como liberdade de expressão o fato de grupos de apoiadores defenderem, nas redes sociais e manifestações nas ruas, defenderem medidas inconstitucionais, como o fechamento do STF, do Congresso e mesmo intervenção militar no país. "Eu não vejo nada demais nisso, isso é liberdade de expressão. não posso é eu afirmar isso", disse. Sobre a denúncia de hacker, em agosto de 2021, levantada pelo candidato, o TSE divulgou nota em agosto de 2021 explicando que hackers não são capazes de alterar o resultado das eleições, porque as urnas eletrônicas jamais entram em rede, ou seja, o sistema eleitoral não tem conexão com a internet, não é passível de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração.
Pandemia e Vacinação
Sobre as mortes de quase 700 mil brasileiros na pandemia da covid-19, ele afirmou que assegurou a vacinação contra o coronavírus, ainda em janeiro de 2021, afirmando que as primeiras vacinas no mundo começaram a ser aplicadas em dezembro de 2020. Ele disse que medidas de confinamento não foram eficientes, e enfatizou que comprou vacinas para o Brasil e, que, "só não se vacinou quem não quis". Bolsonaro negou não ter tido respeito e empatia com as vítimas da pandemia da Covid-19, bem como, disse que não comprou as vacinas da Pfizer porque o laboratório fabricante não garantiu a entrega do imunizante nem informou sobre os efeitos colaterais. Quanto a não defender os lockdowns, ele disse que foi solidário com as pessoas nas ruas e o governo dele assegurou o auxílio financeiro emergencial para os brasileiros mais necessitados.
Economia
O candidato também disse que as promessas feitas por ele, ainda no ano de 2018, sobre manter baixos a inflação, os juros e o dólar, "foram frustradas pela pandemia da covid-19, a guerra da Ucrânia e pela seca enfrentada pelo país. "A grande vacina da economia foram as reformas, como a previdência e a lei da liberdade econômica", disse. Ele observou, ainda, que entre os anos de 2020 e 2021, o Brasil teve um saldo positivo de quase 3 milhões de empregos. "Diferente de 2014 e 2015, que tivemos uma perda de quase 3 milhões de empregos no Brasil'', disse.
Política
O presidente admitiu que não há como governar o país sem considerar parcerias com o chamado “Centrão” no Congresso Nacional. "Eu não vou governar sem parlamento. Você está me estimulando a ser ditador", disse o candidato, respondendo a Bonner, sobre ele fechar acordos com o Centrão. Ele disse que os partidos do centro fazem parte da base do governo para qu eo governo possa avançar com as reformas. Bolsonaro disse que o auxílio Brasil só avançou porque o "Centrão" ajudou a aprovar os R$ 600,00, para mais de 20 milhões de brasileiros. “Muitas vezes, quando a pessoa chega, a gente vê que ela não leva muito jeito para aquilo”, disse Bolsonaro sobre as trocas de cinco ministros da Educação, incluindo o episódio de corrupção, que envolveu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, preso em junho passado, pela Polícia Federal, sob a acusação de corrupção e propina com verbas do Ministério da Educação (MEC).
Meio Ambiente e Polícia Federal
Bonner apresentou números mostrando o crescimento do desmatamento na Amazônia, de 7 mil km quadrados para 13 mil quilômetros quadrados, no entanto, Jair negou ser um destruidor de floresta, como chegou a afirmar o jornalista, citando críticas que o governo federal recebe de especialistas em meio ambiente. “A primeira coisa que tem que pensar é que a Amazônia tem 30 milhões de brasileiros. A primeira preocupação é essa”, disse.
Ela também negou qualquer interferência na Polícia Federal. O candidato foi questionado ainda sobre uma carta da Associação de Delegados da Polícia Federal que o acusa de trazer "desgaste" à imagem da corporação e jogar "desconfiança sobre a autonomia e a imparcialidade da Polícia Federal". Bolsonaro, entretanto, creditou essa posição à luta da categoria por melhorias de salário e carreira.
Confira as próximas entrevistas no JN:
23/8 (ter): Ciro Gomes (PDT)
25/8 (qui): Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
26/8 (sex): Simone Tebet (MDB)
*A ordem das sabatinas foi definida em sorteio. Foram convidados para as entrevistas os candidatos mais bem colocados na pesquisa eleitoral do Datafolha de 28 de julho.
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