Governo Lula dispensa 40 militares que atuavam no Palácio da Alvorada
Decisão ocorre em meio à desconfiança externada pelo presidente com a atuação dos militares durante os ataques terroristas
Nesta terça-feira (17), o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispensou 40 militares que recebiam gratificação para atuar na coordenação de administração do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República. As portarias com as dispensas foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU). As informações são do G1.
A decisão ocorre em meio à desconfiança externada por Lula com a atuação dos militares durante os ataques golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores extremistas de Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Com as portarias, são atingidos militares de patentes mais baixas (soldados, cabos e sargentos) que atuavam, por exemplo, na segurança do Alvorada. Eles continuam nas Forças Armadas, mas em outras atividades.
Lula havia afirmado, na semana passada, ver conivência de integrantes das Forças Armadas e da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal (DF) com os radicais. O presidente também se queixou que ainda não tem condições de realizar sua mudança para o Alvorada em razão do estado de conservação da residência oficial.
Outras pessoas também foram dispensadas nesta terça pela Secretaria-Geral: um cabo da Aeronáutica que atuava na coordenação de administração da Granja do Torto; um tenente que estava na Coordenação-Geral de Administração das Residências Oficiais; e um tenente-coronel da PM do DF que era coordenador da Coordenação de Apoio Geral da Diretoria de Apoio às Residências Oficiais.
Ustra
Quem também dispensou militares nesta terça-feira (17) foi o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável por cuidar da segurança do presidente, do vice-presidente e dos palácios presidenciais. Um dos nomes, o tenente-coronel do Exército Marcelo Ustra da Silva Soares, segundo o portal Metrópoles, é familiar do coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, considerado um dos principais torturadores da ditadura militar.
Ustra, que morreu em 2015 aos 83 anos, comandou de 1970 a 1974 o DOI-Codi, órgão de repressão da ditadura, onde foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade. Ele era considerado um "herói" nacional pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
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