Fachin abre conferência da ONU em Belém e defende escuta à Amazônia como resposta à crise climática
Ministro do STF participou da abertura da Conferência de Alto Nível das Nações Unidas sobre Segurança Humana e Justiça Climática

Na manhã desta segunda-feira (7), teve início, em Belém, a Conferência de Alto Nível das Nações Unidas sobre Segurança Humana e Justiça Climática. A abertura do evento foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, que defendeu a escuta ativa da Amazônia e a construção de uma “ética do cuidado” como caminhos urgentes para enfrentar a crise climática. A conferência acontece no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, e é promovida pelo Comitê Permanente da América Latina para a Prevenção do Crime (COPLAD), em parceria com o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), como preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será sediada em Belém em novembro de 2025.
Em sua fala, Fachin destacou que a Amazônia “recompõe as tradicionais divisões entre centro e periferia e deve ser ouvida”, e alertou para o risco de não cumprimento das metas climáticas acordadas internacionalmente. O ministro ressaltou a preocupação com as emissões de gases, que precisam ser reduzidas quase à metade até 2030 e disse que este deve ser o principal assunto da COP 30. “Como sabemos, o desafio é grande, pois o aquecimento deve ficar ainda em 2,5%. E este encontro, será o último para a avaliação deste objetivo para a COP 30”, afirmou.
O ministro ressaltou que os eventos climáticos extremos já vivenciados no Brasil exigem medidas urgentes e integradas. “Preservar a floresta é fundamental para o clima do país, como também para o desenvolvimento e a produção. É preciso ouvir a população ribeirinha. Todos somos chamados a essa responsabilidade”, afirmou, lembrando que a Constituição de 1988 assegura direitos tanto às gerações presentes quanto às futuras.
Fachin também apontou a interligação entre as crises climática, social e de segurança na região amazônica. “A criminalidade nesta região compreende o exame da grilagem, extração ilegal de madeira, mineração predatória, tráfico de drogas, armas e de pessoas, alto índice de suicídios, homicídios, feminicídios, exploração sexual, epidemias, racismo, conflitos armados e genocídio das populações tradicionais”, disse.
Citanto o líder indígena Davi Kopenawa, Fachin defendeu que a terra seja compreendida como um ser vivo. Para ele, é fundamental reunir o saber dos povos da floresta, a ciência e as instituições no enfrentamento à crise climática. “Plantemos uma ética do cuidado para que possamos colher futuro”, concluiu.
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