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Compra de ônibus elétricos: parlamentares do Psol se reúnem com promotor do MPPA sobre o caso

O órgão entrou na apuração depois de um pedido de providências formulado pelos parlamentares do partido.

Elisa Vaz

Para tratar da compra dos ônibus elétricos pela Prefeitura de Belém, parlamentares do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) participaram, na manhã desta segunda-feira (12.08), na capital paraense, de uma audiência junto ao promotor de justiça Sandro Chermont, que é titular da 5ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa de Belém.


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O encontro se deu após a conselheira Ann Pontes, do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA), ter barrado a aquisição dos veículos na cidade. O Ministério Público do Pará (MPPA) entrou na apuração depois de um pedido de providências formulado pelos parlamentares do partido, a partir do qual foi aberta uma “notícia de fato”, no último dia 31 de julho, que vai investigar a conduta da conselheira, acusada de prevaricação e de perseguição política ao prefeito Edmilson Rodrigues (Psol).

Após a reunião desta segunda-feira (12), os parlamentares informaram ao Grupo Liberal que o MPPA agora vai instruir o processo e já pediu informações complementares ao TCM-PA e à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob). Participaram da audiência a deputada estadual Lívia Duarte e os vereadores Fernando Carneiro, Gizelle Freitas, Nazaré Lima e Sílvia Letícia, todos do Psol.

De acordo com a deputada estadual Lívia Duarte, os políticos estão cumprindo seu papel constitucional e político, por meio da fiscalização. “Não queremos sujeira durante as eleições, não queremos que nada seja contaminado por intenções de colocar A ou B ou alguém à frente do interesse do povo. E nós estamos aqui porque os ônibus foram comprados, estão na garagem, o dinheiro público já está investido. Então, queremos que as pessoas possam usufruir disso”, enfatizou.

Competência do TCM-PA

A parlamentar ainda disse que o grupo não defende que “algum Tribunal não tenha condições de fazer uma investigação”, e sim que todos têm que cumprir o seu papel. "Nós apenas não queremos que esse papel seja absolutamente político. Os Tribunais precisam fiscalizar e precisam ter competência para isso, e há entre nós questionamentos sobre a competência do TCM-PA para esse caso especificamente. Esperamos que o MP, como nós estamos cumprindo, também cumpra o seu papel de maior fiscalizador da lei brasileira”.

Já o vereador Fernando Carneiro criticou a suspensão dos contratos dos ônibus por parte do TCM-PA, dizendo também que os veículos foram comprados com recursos aprovados e autorizados pela Câmara Municipal de Belém. Segundo ele, agora o Ministério Público vai coletar mais informações antes de tomar uma decisão sobre o caso. 

Carneiro detalhou que, se tiver havido “algum crime”, não detalhando qual seria, "será encaminhado à esfera federal. Não havendo crime, mas havendo algum tipo de improbidade, o próprio Ministério vai fazer também essa investigação. Está na fase de coletar novas informações”, mencionou. O vereador deixou claro que a bancada do Psol fará “todos os esforços possíveis” para que a população tenha acesso aos novos ônibus.

Quanto ao suposto sobrepreço da frota, que causou a denúncia por parte do Tribunal, Carneiro ressaltou que houve aumento no preço do dólar em relação ao real e também uma alta na cobrança de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS), tributo que vai para os cofres do governo do Estado. “Seria até de bom tom que o Estado pudesse abrir mão desse ICMS em benefício da população de Belém, como abriu na sua própria compra.”, declarou o parlamentar.

O promotor Sandro Chermont informou em nota enviada ao Grupo Liberal que a notícia de fato “decorrente das peças de informação encaminhadas ao Ministério Público do Estado, pela Presidência do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), com cópia de decisão que suspendeu o Contrato nº 02/2024-SEMOB, que tem por objeto a aquisição de 30 (trinta) ônibus elétricos e de 15 (quinze) carregadores de 160 KWH, está a ser preliminarmente instruída”. Afirma ainda que foi solicitado ao TCM o encaminhamento de documentos necessários à instrução, bem como foi solicitado à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) “a prestação de informações necessárias à análise do caso pelo Ministério Público”.

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