Com representante da ONU, Belém recebe evento do G20 sobre desastres ambientais nesta semana
Coordenado pelo ministro Jader Filho, encontro vai debater ações para reduzir riscos de desastres naturais nas cidades.
Com foco no debate sobre a redução de riscos de desastres ambientais, o G20 vai ocorrer nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro em Belém, no Hangar Centro de Convenções. As projeções climáticas indicam que até 2030 o mundo terá 560 desastres por ano e 37,6 milhões de pessoas passarão a viver na extrema pobreza em função das mudanças climáticas e desastres ambientais. Por isso, o principal objetivo do encontro em Belém é formular um planejamento mundial para a redução de riscos de desastres, quando será elaborada uma declaração interministerial.
Jader Filho, ministro das Cidades do governo Lula, vai coordenar o evento na capital paraense. O encontro em Belém vai ter a presença de 163 delegações de pelo menos 26 países. Representante do Secretário Geral da ONU para a redução de risco de desastres, Kamal Kishore estará em Belém para participar. Além dos representantes dos governos do G20, também vão participar o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a UNESCO e ministros de Portugal, Espanha, Noruega, Egito, Angola e Singapura.
Este é o segundo evento ministerial do G20 realizado em Belém em 2024. Em setembro, a capital paraense sediou o G20 Turismo. A escolha de Belém como sede dos encontros considera a realização da COP 30 na cidade em 2025. Para Jader Filho, a reunião de líderes tem muita importância. “Mostra esse momento extraordinário que Belém está vivendo, que o Pará está vivendo, onde você tem eventos importantíssimos a nível global acontecendo aqui na nossa cidade”, declarou em entrevista ao Grupo Liberal nesta segunda (28).
Segundo o ministro, no G20, há diversos grupos de trabalho. Em Belém, o grupo de trabalho de prevenção aos desastres ambientais será a pauta principal. “Vocês têm visto o que tem acontecido pelo planeta. Furacão nos Estados Unidos, enchentes no Rio Grande do Sul, seca na Amazônia, incêndios no pantanal, então a prevenção precisa ser uma prioridade”, afirma.
Aumento dos investimentos federais
O ministro defendeu que a prevenção aos riscos de desastres naturais deve fazer parte do orçamento das três esferas de poder - a federal, a estadual e a municipal. Ele também lembrou da reestruturação orçamentária do Ministério das Cidades no início do governo Lula.
“Quando nós chegamos no Ministério das Cidades, havia somente 27 milhões de reais pra todo o Brasil pra fazer prevenção a desastres nesse país, seja na questão da drenagem, seja na questão da contenção de encostas. O que nós fizemos na verdade foi retomar com a PEC da transição, colocar recursos para a transição. Nós conseguimos sair de 27 milhões para 256 milhões de reais”, revelou o Jader Filho.
Segundo o ministro, no primeiro orçamento do governo Lula, a pasta das Cidades conseguiu o valor de R$ 636 milhões para evitar a paralisação de obras urbanas. “Já no PAC nós fizemos uma seleção de cerca de 17 bilhões de reais para drenagem e contenção de encostas”, detalhou.
Estrutura urbana em pauta
Jader Filho disse que o debate do G20 em Belém vai servir para discutir tanto a resposta quanto a prevenção a desastres naturais nas cidades. “(A gente vai) pegar as experiências dos países do G20 e dos países convidados também. É só dando resiliência, dando sustentabilidade, dando infraestrutura, que é que a gente vai conseguir fazer o processo de enfrentamento (aos desastres)”, defendeu.
Conforme o ministro das Cidades, as cidades precisam estar com infraestrutura adequada para enfrentar os eventos climáticos com mais resiliência. “O que nós vamos estar discutindo aqui não é o Brasil. O que nós vamos estar discutindo é o planeta. Quem primeiro sofre esses eventos climáticos é a periferia. Então é lá que a gente tem que levar essa infraestrutura”, declarou.
Pará receberá R$ 6,9 milhões contra desastres
Ao Grupo Liberal, o Ministério das Cidades revelou que, para o Pará, estão previstos R$ 6,9 milhões do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para prevenção de riscos de desastres.
Desse total, R$ 6,5 milhões são para contenção de encostas e R$ 390 milhões para obras de drenagem em Ananindeua, Barcarena, Belém, Bragança, Nova Ipixuna, Parauapebas, Redenção, São Miguel do Guamá e Uruará. A previsão é de 5 mil empregos diretos e indiretos.
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Objetivos do evento em Belém
O 2º encontro do G20 em Belém tem a parceria do Ministério das Cidades com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional na presidência do grupo de trabalho do evento. Segundo o governo federal, as prioridades do encontro do evento em Belém envolvem:
- Priorização do combate às desigualdades como forma de reduzir vulnerabilidades;
- Promover a conscientização e ações efetivas para a redução de riscos de desastres nas cidades brasileiras, com ênfase na participação comunitária e na construção de políticas públicas que atendam às necessidades das populações mais vulneráveis;
- Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
- Estratégias de Financiamento para Redução do Risco de Desastres;
- Recuperação, Reabilitação e Reconstrução em Caso de Desastres;
- Soluções baseadas na natureza.
O que é o G20?
O G20 ou Grupo dos 20 é um grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e a União Europeia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990.
O grupo representa dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
Os países que fazem parte do G20 são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
Em 1º de dezembro de 2023, o Brasil assumiu a presidência temporária do G20. O mandato tem duração de um ano e se encerra em 30 de novembro de 2024.
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