Câmara aprova a urgência para PL do arcabouço fiscal, por 367 votos a 102
Projeto de lei estabelece regras para crescimento das despesas públicas
Nesta quarta-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de urgência para o projeto que institui o novo arcabouço fiscal. Foram 367 votos a favor e 102 contra e uma única abstenção.
A urgência para apreciação do PL, do governo federal, acelera a votação, pois dispensa a votação nas comissões temáticas da Casa e permite que o texto seja votado diretamente no plenário.
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A proposta de um novo arcabouço foi enviado pelo governo ao Congresso em abril e substitui o atual teto de gastos, um mecanismo que limita o crescimento de grande parte das despesas da União à inflação.
O deputado Cláudio Cajado (PP-BA), relator da proposta, incluiu no parecer dele os chamados "gatilhos" para a contenção de despesas. Isto é, mecanismos que obrigam a redução dos gastos do governo sempre que ultrapassarem certos limites.
Durante a votação do requerimento de urgência, Cláudio Cajado discursou no plenário da Câmara. Em síntese, ele disse que os parlamentares não poderiam deixar de dar sua contribuição para o alcance "dos mais elevados conceitos da política na sua grandiosidade”, afirmou.
Cajado acrescentou: 'esse marco fiscal que nós denominamos regime fiscal sustentável tem conceitos extremamente importantes, porque ele parte de um pressuposto de que em momentos de abundância, pujança, nós temos condições de fazer as políticas públicas serem efetivadas, com investimentos e manutenção da máquina pública”, completou, pedindo que os deputados deixassem de lado "as questões ideológicas".
Entenda os ''gatilhos'' do PL do Arcabouço Fiscal
O PL tem gatilhos e sanções para caso de não cumprimento de metas fiscais. O texto prevê que seja feita a avaliação bimestral de receitas e despesas;
Crescimento dos gastos públicos está limitado a 70% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1,4%);
Crescimento dos gastos públicos fica limitado a 50% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta não seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1%);
Mesmo que arrecadação do governo cresça muito, será necessário respeitar um intervalo fixo no crescimento real dos gastos, variando entre 0,6% e 2,5%, desconsiderando a inflação do período;
O que são os gatilhos?
Os "gatilhos" são mecanismos previstos no texto que pretendem obrigar a contenção de despesas sempre que os gastos do governo ultrapassam certos limites.
O descumprimento das metas fiscais não será crime. Por outro lado, o descumprimento dos contingenciamentos e dos gatilhos, atualmente, já é uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal – passível de punição.
Fora dos gatilhos: a pedido do presidente Lula (PT), o relator do projeto deixou fora das regras de contenção de despesas: reajuste real do salário mínimo, com aumento acima da inflação.