Bolsonaro comparece à Polícia Federal, mas mantém silêncio sobre investigação de suposto golpe

Defesa afirma que decisão de não falar se dá por falta de acesso 'a todos os elementos pelos quais o presidente está sendo acusado'

O Liberal
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dirigiu-se à sede da Polícia Federal em Brasília, nesta quinta-feira (22), para responder às investigações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado. No entanto, optou por permanecer em silêncio diante dos investigadores, conforme relatado pelo advogado Fabio Wajngarten. Sua presença no local durou menos de trinta minutos.

Em declarações à imprensa, Wajngarten enfatizou que Bolsonaro "nunca demonstrou simpatia por qualquer tipo de movimento golpista".

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"Quero deixar claro que esse silêncio no depoimento não se trata apenas do exercício do direito constitucional de permanecer calado, mas é uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos pelos quais o presidente está sendo acusado de cometer determinados crimes", afirmou o advogado.

"Obstáculos para a defesa"

O advogado Fabio Wajngarten apontou a falta de acesso à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e a mídias obtidas em celulares apreendidos como um obstáculo para a defesa compreender os elementos pelos quais o presidente é convocado ao depoimento.

Além de Bolsonaro, outros investigados, como Walter Souza Braga Netto, Valdemar Costa Neto, Mário Fernandes, Ronald Ferreira de Araújo Junior e Almir Garnier, também compareceram para depor. Ronald Junior e Mário Fernandes, assim como Bolsonaro, optaram pelo silêncio, segundo suas defesas.

A Polícia Federal adotou a estratégia de colher os depoimentos simultaneamente para evitar que haja combinação de versões entre os investigados.

Esses depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas, que investiga uma suposta organização liderada por Bolsonaro e aliados para tentar um golpe de Estado e manter o ex-presidente no poder, impedindo a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

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