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Abin Paralela: investigado perguntou, por telefone, se Bolsonaro havia assinado minuta do golpe

Troca de mensagens entre Bormevet e Giancarlo foi incluída na representação enviada pela Polícia Federal ao STF

O Liberal

Marcelo Araújo Bormevet, policial federal, foi preso nesta quinta-feira (11) sob suspeita de envolvimento em arapongagem. Em dezembro de 2022, Bormevet questionou um subordinado, o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, sobre a assinatura de um suposto decreto golpista pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Com informações da CNN Brasil.

“Alguma novidade?”, indagou Bormevet a Giancarlo em 21 de dezembro de 2022, ao que o militar respondeu: “P*rra nenhuma!!”. O policial federal continuou: “O nosso PR imbrochável já assinou a p*rra do decreto?”. Giancarlo afirmou que não havia sido assinado e expressou frustração quanto à espera. Bormevet desabafou sobre suas oscilações de esperança em relação ao suposto decreto.

A troca de mensagens entre Bormevet e Giancarlo foi incluída na representação enviada pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) para embasar o pedido de prisão dos suspeitos e o início de uma nova fase da operação que investiga o esquema conhecido como “Abin Paralela”.

O delegado Daniel Carvalho Brasil Nascimento, responsável pelo caso, destacou que Bormevet e outro policial federal, Carlos Magno, tinham conexões diretas com setores de inteligência, tanto na Abin quanto na Polícia Federal. Ele ressaltou que as referências feitas pelos policiais sobre um possível rompimento democrático indicam um potencial conhecimento sobre o planejamento das ações que envolveram a elaboração do decreto de intervenção.

“Ações clandestinas visando atacar opositores, instituições e desacreditar o sistema eleitoral se enquadram potencialmente na sequência natural dos eventos que culminaram na tentativa de violenta abolição do Estado Democrático de Direito, revelando a gravidade do uso indevido da Inteligência de Estado”, afirmou o delegado.

Ações clandestinas

As conversas entre Giancarlo e Bormevet obtidas pela investigação, segundo o delegado, corroboram a intenção de realizar diversas ações clandestinas para associar opositores e desafetos ao núcleo político da organização criminosa.

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“Portanto, os investigados Bormevet e Giancarlo tinham pleno conhecimento da ilegalidade das ações solicitadas a eles, visando atacar opositores políticos e instituições contrárias aos interesses do núcleo político que seria o destinatário final e principal beneficiário dos produtos ilícitos da estrutura paralela infiltrada na Abin”, concluiu a PF.

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