Vítimas encontradas em barco no Pará podem ter morrido de fome, diz PF
Em entrevista, o superintendente da Polícia Federal no Pará, José Roberto Peres, declarou que foram coletadas várias informações sobre casos semelhantes para que fosse montada uma linha de investigação
Os procedimentos de investigação sobre o barco encontrado com nove corpos em decomposição no Pará, no último sábado (13/04), em Bragança, entraram na fase de apuração sobre a identificação das vítimas e as causas da morte. De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Pará, José Roberto Peres, em entrevista ao Grupo Liberal na terça-feira (16), há a possibilidade das pessoas terem morrido de fome no pelo Oceano Oceano Atlântico.
“Infelizmente nesse tipo de ocorrência, quando as pessoas ficam à deriva, o alimento e a água vão acabando. Assim, essas vítimas acabam morrendo aos poucos. O que acontece é que as pessoas que permanecem vivas acabam jogando o corpo na água devido ao desconforto de ter o corpo (sem vida) ao lado. Então nós deduzimos que aqueles nove corpos encontrados foram os únicos que permaneceram vivos até chegar ao Brasil”, diz o superintendente.
Vítimas
Por meio da perícia realizada nos corpos e no barco foi possível identificar que a embarcação era ocupada por ao menos 25 pessoas, que possivelmente morreram de fome ou sede durante o trajeto no Oceano Atlântico. Além disso, a análise preliminar de documentos encontrados também indica que a embarcação partiu após o dia 17 de janeiro deste ano da Mauritânia, país situado no noroeste da África.
Os agentes trabalham com a possibilidade de que algum incidente ocorreu no meio da viagem das pessoas que estavam no barco.
“Muito provavelmente esse barco saiu com destino a Ilhas Canárias. E ali, durante o trajeto ocorreu algum incidente. Ou o combustível acabou ou o motor perdeu a força. Na verdade, nós não encontramos os motores do barco. Talvez tenha caído ao mar. A gente tem o conhecimento da utilização do motor como âncora. Então, alguma ocorrência fez com eles perdessem o rumo para as Ilhas Canárias, fazendo com que ficassem à deriva”, informou José Roberto Peres.
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