Vaticano condena cardeal à prisão por fraude financeira
O julgamento referente à primeira instância ocorreu neste sábado (16)
O Tribunal Penal do Vaticano condenou o cardeal italiano Angelo Becciu, de 75 anos, à cinco anos e meio de prisão por fraude. A sentença histórica foi dada neste sábado (16), juntamente com a condenação de outras nove pessoas, em primeira instância, que estavam envolvidas no crime relacionado a operações financeiras na Santa Sé. O cardeal também foi multado em 8.000 euros (R$ 42.900 na cotação atual).
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O procurador havia reivindicado sete anos e três meses de prisão para Becciu e uma multa de mais de 10.000 euros. Todas as penas solicitadas vão de quase quatro anos a até mais de 13 anos, além de sanções financeiras, contra os dez réus que comparecem à Justiça para responder por fraude, desvio de fundos, abuso de poder, lavagem de dinheiro, corrupção e extorsão.
Segundo a Justiça civil da Cidade-Estado, o caso seria relacionado à compra, por 350 milhões de euros (R$ 810,1 milhões na cotação atual), de um edifício de luxo em Londres entre 2014 e 2018, no âmbito dos investimentos da Santa Sé, que possui um considerável patrimônio imobiliário.
Becciu é ex-assessor do papa Francisco e o funcionário de mais alta posição na hierarquia da Igreja Católica a ser condenado por desvios de dinheiro desde os escândalos fiscais que foram revelados desde 2019. Ex-número dois da Secretaria de Estado, principal órgão do governo central da Santa Sé, no centro desta transação, o cardeal Becciu mantém seu título, mas foi destituído de todas as suas funções em setembro de 2020. O cardeal sempre alegou inocência e garantiu que ‘nunca roubou um centavo’, além de afirmar estar sendo vitima de um ‘linchamento midiático’.
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