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'Tripulação indignada', comentam passageiros do mesmo avião em que adolescente sofreu abuso sexual

Testemunhas afirmam que o isolamento do suspeito no banheiro da aeronave garantiu a preservação da integridade do voo

O Liberal

Dois passageiros que estavam no mesmo avião onde um adolescente foi abusado sexualmente, na última segunda-feira, 2, concederam entrevista à reportagem de O Liberal nesta quinta, 5, relatando o que viram e ouviram na ocasião. Eles afirmam que a tripulação ficou indignada e que o melhor foi o suspeito ter sido isolado no banheiro para preservar a integridade do voo.

Quem dá detalhes do que aconteceu na madrugada de segunda-feira (2/12), durante um voo que partiu de Guarulhos (SP) para Belém (PA) são Fernanda Farias, chefe de cozinha, e Fabrício Alex, trabalhador da segurança pública. O casal conta que estavam na segunda fileira de assentos do avião e já havia se passado cerca de duas horas de viagem quando perceberam que algo estava acontecendo.

"Um rapaz de mais ou menos 13 anos de idade, chorando muito, muito aflito, se direcionou às aeromoça explicando que tinha sofrido um abuso dentro do nosso voo. Em seguida, o pai chegou, tomou conhecimento do que tinha acontecido com o filho dele e voltou até a cadeira do responsável pelo crime para tomar satisfação do que tinha acontecido", relata Fernanda.

Ela conta que, de imediato, muitas pessoas ficaram emocionadas e indignadas com a situação. "Pelo menos metade da tripulação ficou à flor da pele. O mais seguro mesmo foi ele [o suspeito] ficar dentro do banheiro e esperar chegar em Belém", comenta Fernanda.

Fabrício reforça dizendo que o fato de o suspeito de cometer o crime ter sido isolado do restante do avião preservou a integridade do voo, devido à alteração do ânimo de tripulantes e passageiros.

"As aeromoças deram a opção de parar no aeroporto mais próximo, mas o pai do garoto se prontificou de esperar chegar em Belém para tomar as providências necessárias na cidade onde ele mora", completa Fernanda.

Todo cuidado é pouco

Fabrício conta que os familiares do adolescente ficaram muito nervosos com toda a situação, mas afirma que eles não tiveram culpa: "Há uma distribuição dos assentos no avião, a pessoa não tem como escolher ficar todos numa fileira só, então a gente não sabe quem está perto. Os pais não são culpados", defende.

No entanto, Fabrício acredita que a situação serve de alerta: "É preciso supervisionar. Não dá para confiar. Fica o alerta para os pais ficarem sempre atentos aos filhos".

A redação integrada de O Liberal entrou em contato com a defesa de Felippe Rodrigues Batista, homem suspeito do crime, para que ele desse a sua versão dos fatos, mas, até o momento, não houve retorno.

Liberdade provisória

Na última quarta-feira, 4, a Justiça Federal determinou um pagamento de fiança no valor de R$ 28,2 mil para que Felippe Rodrigues Batista obtenha a liberdade provisória. Além da fiança, a Justiça determinou ainda outras medidas cautelares, como o uso de monitoramento eletrônico.

Por nota publicada também na quarta-feira, a defesa do suspeito, que é feita pelos advogados Paulo Ricardo Xavier Gaia e Olivaldo Valente dos Santos Júnior, manifestou confiança na inocência de Felippe Batista e solidariedade à família da vítima:

“Inicialmente, a defesa manifesta solidariedade à vítima e à sua família, reconhecendo a gravidade das alegações apresentadas. No entanto, reforça que é imprescindível que o caso seja analisado com serenidade, garantindo o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa". 

A defesa destaca que qualquer julgamento prévio ou condenação social baseada em informações parciais deve ser evitado. “Rechaçamos qualquer forma de julgamento prévio ou condenação social baseada em informações parciais ou descontextualizadas. A presunção de inocência, garantida pela Constituição Federal, deve ser respeitada até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, diz o documento.

 

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