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Ex-soldado da Aeronáutica pega 8 anos e 6 meses por morte de agente de trânsito, em Belém

Adauto da Cruz Melo foi atropelado e morto em serviço pelo militar Vitor Hugo Carvalho da Rocha que fazia um racha na noite do dia 26 de dezembro de 2011

Valéria Nascimento
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Dez anos e dois meses após o crime que resultou na morte do agente de trânsitoAdauto da Cruz Melo, em 26 de dezembro de 2011, o militar da aeronáutica, soldado Vitor Hugo Carvalho da Rocha foi condenado a 8 anos e seis meses, a ser cumprido em regime inicial fechado, sendo concedido o direito de apelar em liberdade. Os jurados votaram acatando a acusação da promotoria de Justiça. 

O julgamento, que iniciou pela manhã desta quarta-feira (16), entrou pela noite. O Tribunal do Júri o julgou pela morte do agente e ainda por lesões em mais três pessoas. A pena base aplicada ao réu foi de 9 anos, mas esse tempo foi diminuído de seis meses por ser Vitor Hugo, menor de 21 anos à época do crime, o que resultou em 8 anos e seis meses.

Familiares e amigos de Adauto da Cruz Melo acompanharam o julgamento por toda esta quarta-feira (16), no Fórum Criminal, em Belém. A  defesa de Vitor Hugo foi feita pelo advogado Antônio Maria Freitas Leite Junior, sustentando a tese de que a colisão foi um acidente.

Homicídio doloso

A promotoria de justiça prosseguiu com a sustentação de que o réu foi autor de um homicídio doloso, isto é, com intenção de matar. A promotoria alegou que a vítima estava junto a outros agentes orientando o trânsito quando foi atingido na calçada pelo carro de Vitor Hugo, em alta velocidade. O militar não atendeu a sinalização humana de um dos agentes e alcançou Adauto na calçada.

Durante o interrogatório, Vitor Hugo disse que não se sentia responsável e que bateu no carro dele. A promotoria pediu a condenação dele pela morte de Adauto, mas não sustentou a acusação em desfavor do réu de tentativa de homicídio, em relação às três vítimas que estavam em um carro alcançado por Vitor, um casal com uma menina de 8 anos de idade.

Relembre o caso

Adauto Melo foi morto em serviço pelo militar da aeronáutica Victor Hugo Carvalho da Rocha, que fazia um racha na noite do dia 26 de dezembro de 2011. À época, a vítima tinha 45 anos, e foi atingida em cheio pelo veículo na avenida Almirante Barroso, próximo à travessa Humaitá.

Segundo os autos do processo, o réu vinha em alta velocidade quando colidiu com o veículo de uma família no local. Na hora da fuga, o acusado desobedeceu a ordem de parada do agente de trânsito e o atropelou. A vítima morreu no local. Na época, foi constatado que Victor Hugo estava embriagado e portava drogas no veículo. Ele chegou a ser preso preventivamente por cinco dias após o crime, mas foi liberado.

Um laudo pericial assinado pelo perito criminal Paulo Sérgio Ozela constatou ainda que o veículo do acusada estava a uma velocidade de quase 120 km/h na hora da colisão, duas vezes o permitido, na época, para trafegabilidade na via.

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