Ribeirinhos protestam contra insegurança nas ilhas de Belém
Eles reclamam dos constantes roubos, furtos e arrombamentos praticados pelos “ratos d’água”
Moradores da Ilha Grande fizeram uma manifestação na manhã desta quarta-feira (25) para cobrar mais segurança para a população ribeirinha de Belém. Eles reclamam dos constantes roubos, furtos e arrombamentos praticados pelos chamados “ratos d’água”, criminosos que agem usando pequenas embarcações que auxiliam tanto na abordagem ao alvo como na fuga. O ato teve início às 10h e se concentrou na praça Princesa Isabel, da Condor, na capital paraense. Por cerca de duas horas, os manifestantes repetiram palavras de ordem e pediram ajuda por meio de cartazes com frases do tipo “O povo das ilhas não aguenta mais tanto assalto”, “Queremos segurança” e “Precisamos de paz”.
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Segundo uma moradora, que pediu para não ser identificada por questão de segurança, o caso mais recente de violência foi registrado na última quinta-feira (19). “Teve um assalto na casa da minha tia e foi um dos mais violentos que já tivemos notícia. Eles amarraram a minha tia, minhas primas, as enteadas delas. Tentaram abusar delas, só não foram adiante porque, graças a Deus, um dos bandidos teve um pouco de consciência e disse que não era para fazer isso, porque ele também tinha família”, detalhou a moradora.
“Eu tenho outra tia que já foi assaltada 11 vezes. Da última vez, não deixaram nada na casa dela, nem um copo descartável sequer. Outra vez assaltaram a casa do meu primo, levaram a lancha dele, depois afundaram a embarcação. Foi uma luta para tirar a lancha do fundo do rio e depois ele ainda teve um gasto enorme para consertar, porque essas coisas são caras”, completou.
Em seu desabafo, a moradora reclamou que as famílias ficam impedidas de adquirir qualquer tipo de bem material, porque tudo atrai a atenção dos “ratos d’água”. “A gente é ribeirinho e não pode comprar uma lancha, uma rabeta, nada, porque somos roubados. A verdade é que nós somos esquecidos”, denunciou.
Uma segunda manifestante ouvida pela reportagem declarou: “Nós protestamos por causa da insegurança nas ilhas. Nós não temos um policiamento aqui. Quando acontece alguma coisa, a gente liga e o apoio demora para chegar devido ao fato de ser longe. Estamos reivindicando com as autoridades para que se lembrem da gente, porque estamos sendo atacados. Esse último que aconteceu foi horrível. A gente nasceu e cresceu aqui. Queremos segurança para os nossos filhos, para os nossos idosos. Só precisamos que as autoridades olhem por nós também”.
Procurada, a Polícia Militar informou apenas que as equipes da Companhia Independente de Polícia Fluvial (CIPFLU) realizam rondas ostensivas diárias, utilizando lanchas. E ressaltou que qualquer informação ou denúncia pode ser feita por meio dos números 190 (Ciop) ou 181 (Disque Denúncia), com a garantia de que "todas as ocorrências são devidamente verificadas”.
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