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Ponte JK: Ibama afirma que não teve morte de animais aquáticos após vazamento de ácido sulfúrico

Dois caminhões-tanques transportavam ácido sulfúrico no momento em que a ponte Juscelino Kubitschek desabou no fim do ano passado. Apenas em um desses automóveis foi constatado o vazamento do composto no Rio Tocantins

O Liberal

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirmou que “não foi constatada a morte de animais ou organismos aquáticos” no Rio Tocantins após a confirmação de vazamento de ácido sulfúrico. A coordenadora-geral substituta do Centro Nacional de Emergências Ambientais Climáticas do Ibama, Cristiane de Oliveira, conversou com a Redação Integrada de O Liberal nesta quinta-feira (9/1), e explicou como está sendo o trabalho do órgão no desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que conectava Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), e desabou no fim do ano passado. Ainda nesta quinta (9/1), a Marinha do Brasil (MB) anunciou a extensão das operações de busca e resgate às vítimas ainda desaparecidas. 

Ao todo, dois caminhões-tanques que transportavam o composto químico estavam no momento do colapso da Ponte JK. O automóvel que tinha a menor carga pertencia a empresa Pira-Quimica e continha 23 mil litros, carga a qual houve a confirmação de vazamento no rio. O segundo caminhão-tanque era da empresa Videira e levava 40 mil litros de ácido sulfúrico.

Segundo Cristiane, a descoberta do vazamento do composto na água aconteceu na semana passada, no dia 3, depois que mergulhadores viram fissuras no tanque. Agora, o Ibama segue acompanhando as ações de resposta das equipes que verificam se houve vazamento da carga de ácido sulfúrico transportada pelo outro caminhão.

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“Está havendo um mergulho de reconhecimento para analisar se houve vazamento do segundo caminhão, o que tinha a maior carga de ácido sulfúrico. Enquanto isso, os padrões de qualidade da água têm demonstrado normalidade e também notamos que não houve morte de animais ou organismos aquáticos”, disse ela.

Uma das hipóteses dada por Oliveira a essa regularidade pode ser atribuída ao volume de água que passa pelo local. “Como a vazão da água do Rio Tocantins é alta, pode ter diluído o produto”, explica. O acompanhamento da qualidade da água é realizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão. 

Além dos dois caminhões-tanques, uma carreta, que fazia o transporte de bombonas de defensivos agrícolas totalizando cerca de 20 mil litros, caiu no rio. Esse tipo de produto é considerado perigoso para o transporte.

Cristiane ressalta que ainda não é possível afirmar se há risco de contaminação pelos produtos agrícolas, que são considerados perigosos para transporte. “Uma equipe de mergulho foi contratada pela empresa para retirar as bombonas do fundo do rio. Tem risco de dano, mas são bombonas de 20 litros. Pela vazão, não é esperado um alto impacto, mas nada se afirma. Se vazar todo o volume de uma vez, pode ter um impacto maior”, pontuou.

Oliveira informou que o Ibama já notificou as empresas para que apresentem plano de resposta ao acidente e também o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com relação ao licenciamento da ponte e projetos emergências de reconstrução. “O Ibama avalia e acompanha essas medidas e indica ajustes. Se for necessário, faremos a responsabilização”, concluiu. 

O desabamento

O desabamento ocorreu no dia 22 de dezembro do ano passado, no momento em que 10 veículos passavam pelo local. Após o acidente, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou a destinação de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões para a reconstrução da estrutura. A expectativa é que a obra seja concluída em 2025.

A ponte conectava os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), e foi inaugurada em 1960. A estrutura era o ponto de travessia entre a BR-226, que liga Belém a Brasília, e a BR-230, rodovia Transamazônica, além da Ferrovia Norte-Sul. 

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