Agência descarta riscos à potabilidade da água do Rio Tocantins após desabamento de ponte
Colapso da estrutura resultou na submersão de caminhões que transportavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico
Após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que conectava Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) afirmou que não há riscos para a potabilidade da água do Rio Tocantins. O colapso da estrutura resultou na submersão de caminhões que transportavam defensivos agrícolas e ácido sulfúrico, levantando preocupações sobre possíveis vazamentos de substâncias tóxicas no rio que abastece a região. Entretanto, em um parecer técnico divulgado nesta quarta-feira, essa possibilidade foi descartada.
De acordo com análises preliminares, embalagens dos defensivos agrícolas foram encontradas intactas, e a carga estava armazenada em pallets cobertos por microfilme. A informação foi confirmada pelo supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Maranhão, Caco Graça, em entrevista à TV Mirantes nesta quinta-feira. Segundo ele, essa constatação foi possível graças ao uso de um sonar da Marinha.
"O cenário mais grave seria se a carga tivesse sido liberada durante a queda, mas isso não aconteceu. Os tanques estão intactos, como mostram os dados do sonar e as inspeções técnicas", explicou o supervisor.
Além disso, ele destacou que, mesmo em caso de vazamento, a diluição das substâncias impediria danos à saúde humana. Com base nessa avaliação, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), anunciou a retomada do abastecimento de água em Imperatriz (MA), o maior município da região.
Detalhes técnicos sobre os produtos transportados
A ANA analisou as notas fiscais das cargas e verificou as bulas dos produtos químicos, identificando os princípios ativos 2.4D e Picloram em maior concentração. Com base nos cálculos, considerando o peso, volume e a vazão média do Rio Tocantins, a diluição total dessas substâncias seria alcançada em 60 horas para o Picloram e 11 horas para o 2.4D. Esses cálculos foram feitos sob um "cenário extremamente conservador", levando em conta a hipótese improvável de que todo o conteúdo tivesse sido despejado no rio.
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Em relação às 76 toneladas de ácido sulfúrico transportadas pelos caminhões, as análises preliminares não detectaram alterações no pH ou na condutividade elétrica da água. A ANA estimou que o calor liberado pela dissolução do ácido seria absorvido em cerca de três minutos, reforçando a segurança dos parâmetros da água.
Com base nesses dados, a ANA concluiu que os padrões de qualidade da água estabelecidos pelo Ministério da Saúde não sofreram alterações significativas, garantindo a segurança para o consumo humano.