Polícia prende dois agentes prisionais acusados de facilitar massacre em presídio de Altamira
Prisões ocorreram 35 dias após rebelião
Os agentes penitenciários Diego Leonel Baía e Willian Costa da Silva, da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (SUSIPE), foram presos pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (03), acusados de ter facilitado a ação de membros da facção criminosa Comando Classe A (CCA), responsável pelo massacre ocorrido no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), situado no sudeste paraense, no dia 29 de julho deste ano. A rebelião resultou na morte de 58 internos. As prisões dos agentes de segurança pública ocorreu durante a Operação Eclusa, deflagrada em Altamira 35 dias após a ocorrência.
As investigações da PC mostraram que as condutas dos agentes penitenciários, adotadas na época da ocorrência, facilitaram a rebelião no CRRALT. Conforme apurado durante investigação, foram identificados erros procedimentais nas ações dos dois agentes. Assim, de acordo com a polícia, os agentes assumiram o risco das ocorrências de motim e, por consequência, das mortes ocasionadas pelo conflito internos entre os detentos.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão que resultaram nas apreensões de telefones celulares que passarão por perícia e devem auxiliar nas investigações acerca do massacre. A ação policial para cumprimento dos mandados judiciais de prisão preventiva dos agentes penitenciários e de busca e apreensão foi deflagrada logo no início da manhã, por volta de 6 horas, por equipes de policiais civis da Diretoria de Polícia do Interior (DPI), da Superintendência Regional do Xingu, da Seccional Urbana de Altamira e da Delegacia de Homicídios local, sob coordenação do delegado José Humberto Melo Junior, titular da DPI. A operação contou com o apoio da Susipe.
A operação é resultado da segunda fase das investigações iniciadas com a finalidade de apurar e desvendar detalhes da rebelião na casa penal. As investigações da PC contam com dois inquéritos policiais. No primeiro, foram apuradas as condutas dos internos rebelados. As investigações foram concluídas com o indiciamento de 84 internos acusados esta diretamente ligados à organização criminosa que liderou o motim. Em decorrência desse inquérito, 15 internos foram autuados em flagrante, apontados como os líderes da rebelião e responsáveis pelas mortes. Foi possível identificar ainda outros envolvidos nos crimes, entre os quais, integrantes da facção criminosa responsável pelas mortes.
No segundo inquérito, está sendo apurada participação ou facilitação por parte de agentes penitenciários na ocorrência do motim e, em consequência, das mortes dos internos. Com base nas provas já levantadas, os dois agentes penitenciários tiveram os mandados de prisão decretados pela Justiça. Esse inquérito ainda está em andamento.
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