Polícia Federal prende dona de garimpo e resgata trabalhadores em situação degradante no Pará
A extração ilegal e predatória de ouro em Itupiranga é responsável pela grave contaminação por mercúrio dos afluentes dos rios que abastecem a região
Uma mulher, apontada como dona de um garimpo clandestino em Itupiranga, região sudeste do Pará, foi presa em flagrante durante a operação Sítio Boa Sorte deflagrada pela Polícia Federal e Ibama, na manhã desta quinta-feira (14). No local, os agentes encontraram 15 pessoas em situação de trabalho precário, além de diversos equipamentos utilizados para a extração de ouro, que foram apreendidos.
Até o momento, a polícia inutilizou uma escavadeira, mil litros de combustível e sete motores bombas usados para a exploração mineral. A inutilização é prevista em lei para os casos em que é inviável se remover o equipamento aprendido. O valor estimado do ouro extraído ilegalmente seria de R$ 5,7 milhões com impacto socioambiental no valor de aproximadamente R$ 22,3 milhões.
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Sobre o garimpo
O garimpo de ouro ilegal tem área de mais de 10 hectares e os resíduos de garimpagem estariam se sedimentando no leito do curso d’água dos rios da região, principalmente no Rio da Direita afluente do Rio Cajazeiras, que deságua no Rio Tocantins. A extração ilegal e predatória de ouro na região é responsável pela grave contaminação por mercúrio dos afluentes dos rios que abastecem a região, bem como a contaminação do solo.
Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, dentre outros. As investigações seguem em andamento. As operações atuais são desdobramentos de outras recentes.
Em novembro do ano passado foi deflagrada a operação Curto-circuito, por conta da ameaça ao linhão de Belo Monte. Em fevereiro deste ano, a PF voltou a reprimir o crime, dessa vez em pontos próximos a outro linhão, o Xingu-Rio. Nessa operação, foi feito bloqueio de bens avaliados em R$ 361 milhões.
O Ministério do Trabalho e Ministério Publico do Trabalho serão notificados por ofício para atuar na situação dos trabalhadores, que estavam em situação degradante.
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