Polícia Federal de Altamira desarticula organização criminosa que atuava na grilagem de terra indígena
Estima-se que a organização criminosa tenha arrecadado com o esquema cerca de R$ 1,7 milhões
A Polícia Federal de Altamira, Sudoeste Paraense, deflagrou na manhã desta terça-feira, 20, a "Operação Sesmarias", com o objetivo de desvendar um esquema criminoso que envolve a grilagem de terras públicas dentro da Terra Indígena Ituna-Itatá, localizada nos municípios de Altamira e Senador José Porfírio.
Segundo a PF, a organização criminosa atuava na invasão da área federal com restrição de uso, promovendo a doação e venda - em troca de dinheiro ou outros benefícios - de lotes de área pública com intenção de formar um assentamento e consolidar a ocupação de não indígenas na área, mediante a formação de uma comunidade, que intitulada de "Vila Nova Canaã" ou "Vila Boa Esperança".
O grupo organizava a construção de comércios na ocupação, além de prometerem erguer escolas e igrejas, na tentativa de dar aparência de legalidade e legitimar as posses, além de incentivar a criação de uma associação para dar ainda mais força à invasão. A Polícia Federal estima que a organização criminosa tenha arrecadado com o esquema cerca de R$ 1.741.890,00 entre os anos de 2018 e 2020.
Pela manhã, quinze policiais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Araguaína e Palmas, no Tocantins, e Brasília, no Distrito Federal. Os investigados serão indiciados pelos crimes de estelionato (artigo 171 do Código Penal), organização criminosa (lei 12.850/2013), invasão de terra pública (lei 4.947/1966), lavagem de capitais (lei 9.613/1998) e desmatamento de floresta nativa (lei 9.605/1998).
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