Polícia estima que bando pode ter causado prejuízo de R$600 mil
Ao menos 20 pessoas foram vítimas do grupo que ficava baseado em Marabá, mas aplicava golpes em todo o Pará e até em outros estados
O grupo preso nesta terça-feira (6) em Marabá, sudeste paraense, fez ao menos 20 vítimas em várias cidades do Pará e de outros estados do país. É o que a afirma o delegado Luiz Guilherme Melo, da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Pará (Deccc), que desencadeou a operação “Fake Centralis”. “Até agora, nossas investigações que essa quadrilha tenha aplicado golpes de uma quantia estimada em R$600 mil”, disse o delegado.
A operação teve foco na desarticulação de um bando que atuava colhendo indevidamente informações pessoais de clientes para realização de fraudes bancárias. “Os criminosos ligavam para as vítimas, correntistas dos bancos e, por meio de engenharia social, que é uma técnica que eles têm para conseguir informações sigilosas das vítimas, eles conseguiam acesso a contas bancárias. Geralmente era o token de autenticação para fazer alguma operação financeira”, explica Luiz Guilherme.
Além da abordagem por telefone, os suspeitos também aplicavam o golpe pela internet, utilizando aplicativo de mensagens instantâneas. “Por meio de links maliciosos, enviados via Whatsapp, eles solicitavam uma falsa atualização cadastral para aumentar a segurança da conta. E, a partir de então, quando o grupo conseguia esse acesso, eles faziam empréstimos consignados, nas contas das vítimas e, depois, pulverizavam valores para outros integrantes da quadrilha”, conta.
Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e outros oito de busca e apreensão, mas as diligências continuam. “A gente ainda pretende esclarecer quem é o chefe dessa organização, detalhes sobre como eles conseguem dados das vítimas, como escolhem as vítimas... Porque muitas vezes eles já sabiam até os dados bancários e só precisavam do token para fazer a operação”.
Segundo uma mulher, que preferiu não se identificar, a mãe dela, uma mulher idosa, foi vítima do bando e sequer forneceu informações pessoais para os suspeitos. “Minha mãe sofreu o golpe em uma sexta-feira à noite, por conta de um link e uma ligação do Banpará, afirmando que aquilo era um procedimento de recadastramento do cliente. A pessoa que ligou para ela já tinha todos os dados dela. Ela não deu nenhum dado para a pessoa, mas quando ela suspeitou já tinham feito um empréstimo, já estava no extrato dela. Um valor exorbitante e, logo, foram feitos vários pix e pagamentos de boleto de contas que ela desconhece”, relata.
Os presos, após os procedimentos cabíveis, foram encaminhados ao sistema prisional e estão à disposição da Justiça para providências posteriores. Eles são suspeitos de furto mediante fraude eletrônica.
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