Polícia investiga envolvimento de milícias e guerra pelo tráfico na chacina do Guamá
Linhas de investigação não foram descartadas, diz Segup. Até agora ninguém foi preso
Segundo testemunhas, sete homens encapuzados invadiram atirando em um bar no Guamá, que se tornou cenário de uma das maiores chacinas de Belém, nesse domingo (19).
Por causa desse relato, a ação de milícias e a possível disputa por áreas ligadas ao tráfico de drogas são as duas principais linhas de investigação da Polícia Civil do Pará.
Contudo, nenhuma hipótese foi descartada para chegar nas motivações e autorias da chacina que vitimou 11 pessoas e feriu uma gravemente.
O Instituto Médico Legal (IML) identificou 9 das 11 vítimas e quatro corpos foram foi liberado até o final da manhã desta segunda-feira (20). A pessoa ferida está sob proteção policial.
O crime ocorreu por volta das 16 horas, enquanto ocorria uma festa no local. Os encapuzados chegaram em um carro e três motocicletas. Quase todas as vítimas foram baleadas na cabeça.
A polícia também não descarta a relação com as mortes de três policiais militares em Belém na semana passada.
Até agora, já são 20 os agentes de segurança pública assassinados em todo o Estado do Pará apenas este ano, sendo 19 deles policiais militares.
Buscas
A Divisão de Homicídios da Polícia Civil ainda está em busca dos criminosos e nenhuma prisão foi feita até o fim da manhã.
A Polícia Civil divulgou ter informações sobre os armamentos que teriam sido usados durante a chacina e a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Segup) disse ainda que o policiamento foi reforçado no bairro do Guamá, inclusive com a presença da Força Nacional.
Em coletiva de imprensa realizada neste domingo (19), o secretário de segurança pública, Ualame Machado, fez referências a uma possível relação da chacina com a atuação de milícias na Grande Belém: "O inquérito foi instaurado ainda no domingo, ainda é recente para dar uma resposta final. A delegacia de homicídios é responsável pela investigação e várias linhas são investigadas todas elas com profundidade".
A Polícia Militar também instaurou apuração interna para saber se houve envolvimento de policiais no caso. A Segup também investiga se há participação de presos na ação criminosa.
Bar estava legal
As linhas de investigação, porém seguem sob sigilo. "Onze mortos em uma mesma ação é um número considerável. Nós iremos responsabilizar quem quer que tenha praticado essa atrocidade. O inquérito foi instaurado ainda no domingo, ainda é recente para dar uma resposta final. A delegacia de homicídios é responsável pela investigação e várias linhas são investigadas todas elas com profundidade", disse Ualame Machado.
O bar onde ocorreram os assassinatos tem autorização de funcionamento expedido pela Delegacia de Polícia Administrativa (DPA) com vencimento em 27 de junho de 2019. A polícia disse que informações sobre o crime podem ser repassadas ao Disque Denúncia pelo telefone 181, de forma totalmente anônima.
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