PM da reserva suspeito de matar torcedor do Remo é preso em Belém
Cristóvão Augusto Alcântara Evangelista foi levado à Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), no bairro Umarizal, onde presta depoimento
O sargento da reserva da Polícia Militar (PM) Cristóvão Augusto Alcântara Evangelista, suspeito de atirar e matar Paulo Alexandre Silva, de 30 anos, o torcedor do Remo assassinado no último Re-Pa, ocorrido no domingo (7), foi preso no início da tarde desta terça-feira (9), pela Polícia Civil do Pará (PCPA). Cristóvão recebeu voz de prisão na Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), no bairro Umarizal, em Belém, após se apresentar na unidade policial.
O torcedor remista Paulo Alexandre Silva foi morto após ser atingido por um tiro disparo durante uma confusão envolvendo torcedores do Remo no estacionamento do Estádio Mangueirão, no último domingo (7), após o clássico entre Remo x Paysandu, pela primeira partida da final do Parazão. O sargento da PM foi apontado como o autor do disparo que matou Paulo.
Após Paulo ser morto, testemunhas relataram às autoridades policiais que ele estava deixando o estádio na companhia de amigos quando foi baleado. O tiro teria vindo de dentro de um veículo contra a multidão e acertado o torcedor azulino. O policial militar da reserva foi apontado como autor do disparo. Ualame Machado, secretário da Segup, durante coletiva de imprensa na Dioe, contou que o crime aconteceu durante uma confusão registrada entre torcedores do Remo.
“Apenas uma torcida descia a rampa de acesso ao estacionamento, que era a do Remo. Os grupos de torcedores, em algum momento, se desentenderam. A partir daí houve uma movimentação intensa de pessoas e vieram os disparos, que são capturados pelas câmeras de segurança. Através delas conseguimos elucidar a maior parte do fato. Houve oitivas de testemunhas, informações, as próprias filmagens do momento do episódio. Conseguimos localizar e identificar a pessoa (que fez o disparo), e ter elementos que pudessem concretizar neste mandado de prisão (temporário)”, informou.
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Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), o PM suspeito de envolvimento no caso não participava das ações de segurança que ocorriam no estádio. O governador Helder Barbalho confirmou a prisão no X, antigo Twitter.
Proibição
Ualame também disse que seis torcidas organizadas, sendo quatro do clube do Remo e duas do Paysandu, estão proibidas de adentrar uniformizadas com bandeiras, cartazes, qualquer identificação dessas organizadas não poderão adentrar por seis jogos disputados entre os dois clubes nos estádios do Pará.
A decisão foi tomada na segunda-feira (8), durante uma reunião entre os órgãos de segurança pública, a Federação Paraense de Futebol (FPF) e o Ministério Público, a fim de evitar episódios de violência dentro e fora dos estádios.
“Com base numa decisão do Conselho de Segurança Pública tomada na segunda (8) em uma reunião, a gente puniu seis torcidas, quatro do clube Remo e duas do Paysandu, que, por seis jogos, não poderão ingressar nos estádios com camisa, faixa, bandeira, qualquer artefato que as identifique”, concluiu Machado. A determinação também proíbe a utilização de mosaico de ambas as torcidas.
Outras medidas adotadas foram relacionadas a venda de ingressos, que será realizada somente de forma antecipada nos pontos de vendas e on-line. Além disso, ao final das partidas, será proibida a permanência de torcedores no estacionamento, sendo este desocupado imediatamente ao final dos jogos. Também está proibido o uso de som automotivo e venda de bebidas.
Enterro
Pela manhã desta terça (9), o corpo do torcedor do remo foi enterrado no Cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, em Belém. Várias pessoas compareceram ao local para se despedir de Paulo. O velório foi realizado na Capela Mortuária dos Capuchinhos, no Guamá.
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