PC pede prisão de bombeiro responsável pela morte de estudantes e médico veterinário em Barcarena
O caso ocorreu no dia 16 de fevereiro e, inicialmente, foi reportado pela polícia dizendo que os estudantes teriam feito uma ultrapassagem e colidido contra uma carreta. O inquérito policial foi concluído e constatou que, na realidade, um cabo do Corpo de Bombeiros foi responsável pela morte das quatro vítimas
O cabo Kleyfer Paula Nogueira, 39 anos, do Corpo de Bombeiros, está sendo indiciado pela polícia por ser o responsável pelo acidente que matou três estudantes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e um médico veterinário, no município de Barcarena, na Grande Belém.
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O inquérito policial foi instaurado em 17 de fevereiro deste ano, um dia após o ocorrido, para apurar a situação e foi concluído quase dois meses depois, na última sexta-feira (14). O delegado Renan Andrew Lima de Carvalho solicitou a prisão preventiva do militar pelo crime de homicídio. O documento foi encaminhado ao Ministério Público do Pará e à Justiça.
O caso ocorreu no dia 16 de fevereiro, no km 56 da rodovia PA-483, a Alça Viária. Os acadêmicos Camille Samara da Silva Monteiro, 24, João Lucas da Graça Andrade Costa e Taina Oliveira Beckman, ambos de 23 anos, vinham de carro junto com o médico veterinário e ex-aluno da Ufra, André Augusto do Nascimento Mendonça, 37, com destino a uma fazenda de Abaetetuba para trabalhar durante o feriado de Carnaval. Os quatro morreram no acidente, que aconteceu por volta das 17h30.
Inicialmente, a polícia informou que o caso teria ocorrido após o Fiat Mobi, pilotado por Taina, realizar uma ultrapassagem e colidir de frente com uma carreta ao fazer a manobra. Porém, a ocorrência tomou outro rumo de investigação durante o trabalho da polícia.
As autoridades apontaram que o acidente, na verdade, teria sido ocasionado por Kleyfer, que conduzia uma Hilux prata, de placa RVM1B48. No veículo, estavam outros dois bombeiros. Os três ocupantes estariam voltando da operação “Amazônia Viva”, de Tailândia. Apesar de todos estarem devidamente uniformizados, aparentemente, eles não estavam em serviço no momento da colisão.
Taina dirigia e João estava no assento de passageiro da frente do automóvel, enquanto Camille e André sentavam no de trás. A família da motorista diz que ela dirigia o Fiat Mobi no sentido Belém-Abaetetuba. Na pista contrária, tinha um veículo particular, duas carretas de dois vagões transportando caulim e a Hillux.
Testemunhas disseram aos policiais que Kleyfer ultrapassou um Fiat Strada e as outras duas carretas na parte da rodovia que possuía proibição para esse tipo de deslocamento indevido.
O bombeiro teria percebido que não iria conseguir fazer a manobra e invadiu o acostamento em direção das vítimas, conforme o relato das testemunhas. O Fiat Mobi acabou perdendo o controle e colidindo contra a primeira carreta, a qual o condutor sofreu lesão no fêmur.
Kleyfer se apresentou logo após o acidente e alegou que o carro dirigido por Taina estaria em alta velocidade. A família da jovem não acredita nessa versão. “Minha filha nunca teria feito essa ultrapassagem que o bombeiro disse. Ainda estou devastada pelo o que aconteceu. Até hoje recebo mensagens tristes do acidente. É preciso fazer Justiça. Ele (Kleyfer) é um risco para a sociedade. Um bombeiro que deveria zelar de cuidar e preservar as vidas das pessoas. Para onde vou, a dor, a tristeza e a saudade da minha filha Tainá me acompanham. Nós, as famílias e, sobretudo, os pais, mães e irmãos, seguimos sobrevivendo”, disse Rejane de Assis Oliveira Monteiro, mãe de Taina, em conversa com o Grupo Liberal nesta quinta-feira (20).
A redação integrada de O Liberal procurou o Corpo de Bombeiros Militar para comentar se alguma atitude foi tomada com Kleyfer. A reportagem aguarda retorno.
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