Paraense vítima de violência doméstica é socorrida após pedir açaí em ferramenta de denúncia
A atendente do Ciop entendeu a mensagem da vítima e uma viatura foi enviada imediatamente ao local. O agressor foi preso
Uma mulher vítima de violência doméstica utilizou uma forma inusitada para pedir socorro ao Centro Integrado de Operações (Ciop), na manhã desta quarta-feira (23). Ela ligou para o 190, canal de denúncia de urgência e emergência mantido pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Durante o atendimento, a vítima pediu “açaí”, usando um código para informar que precisava de ajuda. Essa é uma estratégia que vem sendo utilizada por mulheres vítimas de violência doméstica no País.
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Após o atendimento, uma viatura da Polícia Militar foi deslocada até o local indicado, onde os policiais socorreram a vítima. Em seguida, o agressor foi localizado, detido e apresentado na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), em Ananindeua.
O secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, reforça a importância da denúncia e o treinamento dos atendentes para decodificar as mensagens passadas nas chamadas ao 190. “É importante que a vítima ligue para o 190 e colabore conosco, para que possamos saber o que ocorre dentro do lar. No caso específico, a vítima, além de ter ligado pro 190 do Ciop, também utilizou de um artifício para que seu agressor não soubesse e não identificasse que estava acionando à polícia. Ao fazer o pedido de açaí, os nossos agentes, como são treinados para qualquer tipo de situação que envolva uma violência, e também para decodificar qualquer mensagem que possa estar subentendida, perceberam que ali estava sendo feito um pedido de ajuda. A viatura foi encaminhada até o local, onde encontraram a vítima, e em seguida localizaram o agressor, que foi conduzido à delegacia da mulher para procedimentos”, relatou o titular da Segup.
Atendimento
Durante a ligação, a vítima sinalizou ajuda ao atendente simulando que estava pedindo algo para ser entregue no domicílio. “Ela ligou pedindo um açaí. Ainda na ligação, perguntei de onde ela falava e qual endereço estava. Após confirmação do endereço, questionei se ela estava em perigo, e ela confirmou. Diante das respostas secas e diretas pude identificar que se tratava de uma ligação verídica. Imediatamente direcionei a ligação ao despachante, que deslocou a viatura ao local indicado”, contou a atendente do Ciop que recebeu a chamada.
Uma viatura da Polícia Militar foi logo enviada ao local. O agressor já havia saído da casa, mas os policiais saíram em ronda pelas redondezas, e o encontraram. Ele foi conduzido à unidade policial. A vítima passou a integrar o programa de medidas protetivas, e contará com acompanhamento e orientação das equipes policiais.
“Pró-Mulher Pará”
No dia 8 de Março, na programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher, o governo do Estado lançou o Programa “Pró-Mulher Pará”, para executar ações de proteção, repressão qualificada e orientação a mulheres vítimas de violência doméstica. O programa é uma nova ferramenta para o atendimento de denúncias pelo canal 190. De janeiro a março de 2022, mais de 2.500 chamadas de violência doméstica foram feitas ao Ciop.
"A população pode colaborar conosco. As vítimas devem, na primeira agressão, na primeira ciência de que algo ocorre contra uma mulher, fazer a denúncia para o 190, pois hoje conseguimos atender com viaturas exclusivas e pessoas treinadas para o atendimento especializado nesses casos”, enfatizou Ualame Machado.
Desde o lançamento do Programa já foram realizados mais de 60 atendimentos envolvendo urgência e emergência, além de acompanhamento e orientação das vítimas. “O Programa Pró-Mulher já está dando bons frutos. Desta maneira, além dos atendimentos que são feitos de forma preventiva, nós conseguimos prender em flagrante um agressor, através de importante denúncia realizada pela própria vítima. Diante disso, fica ainda mais evidente o quanto a colaboração da população e das próprias vítimas é importante para nossas ações de prevenção e repressão mais qualificada”, ressaltou o secretário de Segurança Pública.
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