Paraense presa na Indonésia: 'única coisa que sei é que a Manu não é traficante', diz família
Parentes de Manuela Vitória de Araújo Farias, presa na Indonésia por tráfico de drogas, seguem apreensivos pelo julgamento da jovem
A cerca de oito dias para uma das etapas finais do processo que vai determinar a sentença da paraense Manuela Vitória de Araújo Farias, 19, presa na Indonésia por tráfico de drogas, a família da jovem segue apreensiva e com 'psicológico abalado', diz a tia da jovem, Luiza Araújo, em entrevista exclusiva à redação de O Liberal, nesta segunda-feira, 24.
Luiza descreve o processo todo como 'angustiante', uma vez que a jovem já está presa no país asiático há quase quatro meses, após ter sido interceptada pelas autoridades, no dia 31 de dezembro de 2022. Ela carregava 2,5 quilos de cocaína na bagagem quando desembarcou no aeroporto internacional de Bali, na Indonésia. Para a família, não há dúvidas de que Manuela foi coagida:
"A única coisa que sei é que a Manu não é uma traficante, ela é uma menina sonhadora e super brincalhona, algo atraiu ela. Tem muita 'gente grande' envolvida. Mas, o que importa agora é que ela não pegue prisão perpétua nem pena de morte", comenta a tia da jovem.
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A posição defendida pela família de Manuela é de que ela foi enganada por uma organização criminosa com a promessa de uma viagem à Indonésia. Em troca de estadia e aulas de surf, ela iria levar uma encomenda. Davi Lira, advogado de defesa, afirma que a cliente não sabia o que era a carga transportada e que, somente ao chegar ao destino, foi constatado ser cocaína.
O advogado comentou que ela ainda tentou não ir à viagem, mas os criminosos alegaram a ela que "as passagens estavam compradas e, caso ela não fosse, o dinheiro precisaria ser devolvido". A situação assustou a jovem, que decidiu arrumar as malas e partir para a Indonésia. Entretanto, ao chegar no país, foi detida.
Para a família, as esperanças são de que Manuela não seja condenada à morte nem à prisão perpétua - as penas mais rígidas para o crime de tráfico de drogas na Indonésia.
"Está sendo angustiante, e muitas das vezes, desesperador, um verdadeiro pesadelo, mas não podemos perder a fé. Apesar das leis serem rígidas... ainda acreditamos que Deus continua operando milagres e só nos resta confiar no seu poder e sua misericórdia, pois todo mundo merece uma segunda chance".