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Paraense morta nos EUA: celular da jovem é encontrado em área montanhosa de Los Angeles

A família e as autoridades americanas acreditam que a localização do aparelho celular indique que o corpo da paraense esteja próximo de ser encontrado

Saul Anjos
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O celular da paraense Anna Laura Costa Porsborg, de 22 anos, natural de Santarém, oeste do Estado, foi encontrado pelas autoridades americanas, no último sábado (11), em uma montanha de Los Angeles, nos Estados Unidos. A jovem foi assassinada no dia 27 de dezembro do ano passado e o corpo ainda não foi encontrado. Mas a polícia americana, juntamente com a família de Anna, consideram esse achado como o primeiro indício que a vítima possa estar pela área. O suspeito de cometer o crime, Luís Antônio Gomes Akay, com quem ela tinha um relacionamento, segue preso aguardando julgamento.

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Jhanneth Talyta Costa, prima de Anna Laura, disse à redação integrada de O Liberal que o celular foi encontrado em um bom estado de conservação. “Eles (autoridades americanas) nos comunicaram que encontraram o celular no sábado (11), nas montanhas onde se concentram as buscas pelo corpo e não tem sinal de telefone. O aparelho estava com a tela trincada, marcando a data do dia 28 de dezembro. Ele (celular) vai ajudar a polícia a entender por onde a Anna passou. Esse é o primeiro indício real de que ela possa estar lá. Agora, as buscas vão ser intensificadas com muita esperança de encontrar a Anna”, contou. 

Erbena Costa, mãe de Anna, foi a primeira pessoa a saber que o celular da filha tinha sido encontrado. Através do contato com a detetive encarregada no caso, ela reconheceu o telefone, que tem como foto de papel parede a última viagem que ambas fizeram juntas, em Dubai. “Logo cedo, no sábado (11), a detetive me mandou mensagem e me disse para eu reconhecer o celular para ver se era o da minha filha. Claro que reconheci. A foto que está no papel de parede do celular foi feita em Dubai, foi eu que tirei ela. Essa foi a última viagem que fizemos juntas antes de tudo ocorrer. Depois que reconheci o celular, fiquei muito abalada e com uma desesperança. Por mais que falassem, ainda tinha esperança dela ser encontrada com vida. Desde que o celular foi encontrado, não consegui sair da cama”, relatou chorando bastante.

“O xerife me disse que estão procurando incessantemente onde o Luís disse que colocou o corpo da minha filha. O local é como se fosse um bosque, uma floresta. Estão procurando com drone, cachorros, detector de metais. Eles (polícia americana) não desistiram das buscas, mesmo com 9 meses. Existe a possibilidade de o corpo ter sido enterrado próximo de onde encontraram o celular. A minha filha estava com dois celulares, passando os arquivos pessoais de um para outro. O celular vai passar por perícia para saber o que tem dentro dele”, acrescentou Erbena.

O caso

O caso chegou ao conhecimento das autoridades brasileiras no final do mês de dezembro do ano passado. No dia 30 daquele mês, Erbena compareceu à Delegacia da Polícia Federal, em Santarém, informando o desaparecimento da filha, que já tinha dois dias.  A paraense era soldado no exército dos Estados Unidos (US Army) e residia nos EUA há seis anos. Ela morava na base do Exército Americano, no estado de Virgínia, onde fazia treinamento antes de desaparecer.

Dias após o crime ter sido cometido, a PF comunicou que Luís “não teria aceitado o fim do relacionamento e confessou o assassinato”. Entretanto, ainda segundo a polícia, inicialmente ele não disse onde supostamente escondeu o corpo da paraense, “ na esperança de não ser condenado”. No dia 3 de janeiro, Luís confessou o crime. Somente quatro dias depois, em 7 de janeiro, Luís teria feito um acordo com a polícia americana para revelar onde ocultou o cadáver. Com o trato proposto pelos policiais consistia no pagamento de uma fiança para que pudesse aguardar o julgamento em liberdade, ele finalmente concordou em falar. O valor estabelecido para essa fiança é de U$ 2 milhões, o equivalente a quase R$ 10 milhões. 

Um comunicado da polícia de Los Angeles repassado aos familiares da paraense dizia que, além de confessar o crime, Luís revelou que escondeu o corpo da paraense em uma região montanhosa. Contudo, as buscas têm sido lentas devido às condições de acesso à área e ao clima chuvoso registrado naquele período.

Relação entre Luís e Anna

Uma das primas de Anna Laura esclareceu que Luís não era noivo e nem namorado da soldada. De acordo com a familiar, apesar do casal não se ver com tanta frequência, Luís seria apenas um “ficante” e estaria “obcecado” por Anna. O motivo dos dois não se virem com regularidade, seria a distância. Uma vez que Luís morava em Nova Jersey, a quase 700 quilômetros longe da casa da santarena. Os encontros aconteciam no máximo uma ou duas vezes por mês. Contudo, os parentes disseram que ele se mostrava ciumento e controlador com Anna. 

Eles se conheceram há dois anos, nos Estados Unidos, Luís teria dito que era inquilino de uma outra parente da família da paraense, e que também trabalhava com aluguel de imóveis. Foi por esse elo que começaram a se relacionar. Cinco dias antes de ser dada como desaparecida, Anna Laura, contou, por meio de um aplicativo de mensagens instantâneas, que estaria “cansada dele”, referindo-se ao Luís.

Desconfiança com Luís  

Outras pessoas que moravam nos EUA denunciaram Luís à família por supostos crimes de estelionato praticado por ele. Os parentes da jovem também tomaram conhecimento de que Laura não era a primeira vítima de um crime onde o principal suspeito seria o Luís.

Uma jovem brasileira com quem ele teria se relacionado desapareceu misteriosamente em fevereiro de 2017 e nunca foi encontrada. À época, Luís também teria negado qualquer envolvimento no fato e acabou sendo solto.

Funeral simbólico

Anna Laura ganhou, no dia 26 de janeiro, um funeral simbólico organizado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos. Familiares de Anna foram até os EUA participar da homenagem. Na ocasião, a família recebeu um formulário declarando a morte da paraense.

Relação de Anna com EUA

Com 16 anos, Anna Laura foi para os Estados Unidos, com destino a cidade Everett, em Massachusetts, para terminar o ensino médio. Assim que concluiu o colegial, foi aceita na faculdade de Administração de Negócios na cidade de Providence, Rhode Island, local onde se graduou em 2020. Depois começou a trabalhar numa empresa multinacional americana.

Em 2021, participou de uma seleção e conseguiu ingressar nas US Army (Exército Americano). Ela foi morar em Columbia, Carolina do Sul, na base de treinamento Fort Jackson, se graduando em 9 de novembro do ano passado como soldado do exército.

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