Moradores do Guamá estão aterrorizados após chacina que resultou em 11 mortos
Vizinhança teme comentar sobre a matança em um bar diante de possíveis represálias
O clima é de terror no bairro do Guamá, em Belém, onde ocorreu uma chacina que resultou na morte de 11 pessoas e deixou uma ferida, na tarde deste domingo (19), por volta das 16 horas.
Ainda no começo da noite, era grande a aglomeração de curiosos, familiares e amigos das vítimas na passagem Jambu, entre as passagens Napoleão Laureano e Padre Mario Adalberto, onde fica localizado a cena dos crimes: Wanda's Bar e Recepções.
Segundo relatos da vizinhança, o estabelecimento comercial, de dois pavimentos, era uma bar de fachada e, na verdade, funcionava como um ponto de encontro para usuários de drogas.
Segundo o autônomo Manoel Dias, um dos poucos que aceitou se identificar, o recomendado é se manter em silêncio para garantir a própria segurança.
"Estamos diante de uma situação muito grave e perigosa", comentou. "Essa gente vivia se encontrando nesse bar para usar todo tipo de droga. Algumas das vítimas eram figuras 'carimbadas'. Mas ninguém vai ficar detalhando porque podem nos matar como vingança. Represálias podem ser evitadas para quem fica quieto."
Proprietária também foi assassinada
Ainda segundo as testemunhas, a proprietária do estabelecimento, Maria Ivanilza Pinheiro Monteiro, conhecida como "Wanda", teria sido uma das primeiras a ser atingida pelos disparos, pois estava próximo da porta recebendo clientes.
A filha dela, que se identificou apenas como Jordana, contou que o bar era sempre muito movimentado por pessoas conhecidas da área, mas que nunca tinha ocorrido um crime desta natureza.
Segundo informações repassadas por testemunhas à Polícia Militar, um total de sete homens encapuzados - sendo quatro em um carro prata e três em motocicletas - foram os responsáveis pelos assassinatos.
Uma família que mora próximo ao bar garantiu que o som dos disparos causou pavor, pois a ação foi muito rápida e intensa.
"Todo domingo tinha festa, mas escutávamos falar que também rolava droga. Os tiros foram seguidos e assustaram muito. Ninguém conseguiu raciocinar na hora para tomar algum tipo de atitude", contou um dos integrantes da família, que preferiiu não se identificar.
Imagens dos corpos das vítimas circulam em vídeo
Sheylla Franco, prima de Raquel da Silva Franco, 33, também conhecida como "Rayca", que está entre as vítimas mortas, chegou ao local por volta das 17 horas, afirmando que havia reconhecido o corpo de sua prima em um vídeo nas redes sociais.
"Rolou um vídeo e eu a reconheci. Estava no chão", contou. "Ela vivia frequentando esse bar no fim de semana"
O corpo do DJ Leandro Breno Tavares da Silva, 21, também estava próximo da porta do bar. Segundo o tio da vítima, que pediu para manter o nome em sigilo, é impossível afirmar qualquer envolvimento do sobrinho com as drogas.
"Eu não conhecia esse bar. O 'DJ Leo Super', como era conhecido, trabalhava em vários estabelecimentos, esse era apenas mais um local de trabalho para ele. Não estava no local por droga", contou.
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