MP denuncia por homicídio qualificado motorista envolvido em acidente que matou Cleide Moraes
MP reforça que condutor assumiu riscos ao dirigir sob influência de álcool
O Ministério Público do Estado (MPPA), por meio da promotora de Justiça Viviana dos Santos Couto Delaquis Perez, ofereceu nesta segunda-feira (24) denúncia contra Victor Hugo dos Reis Morais, de 25 anos, pelos crimes de homicídio qualificado consumado, em relação à cantora Cleide Moraes, e homicídio qualificado tentado contra o músico Miguel Marques. As penas previstas são de 12 a 30 anos de reclusão para cada um dos crimes.
As vítimas retornavam de carro ao distrito de Mosqueiro quando o veículo dirigido pelo denunciado causou o grave acidente na noite de 26 de julho, na rodovia PA-391, município de Santa Bárbara do Pará. A Rainha da Saudade não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Na denúncia, a Promotoria enfatiza que Victor estava consciente na condução de seu veículo, e causou o acidente sem possibilidade de defesa das vítimas. Ele assumiu o risco de causar mortes, já que, após passar o dia todo em Mosqueiro, conduzia o veículo sob influência de bebida alcoólica, em alta velocidade e realizando ultrapassagens proibidas, até atingir de frente a Kombi onde os músicos estavam.
O MPPA informou ainda que, momentos antes da colisão, o Victor foi visto em uma pizzaria em Santa Bárbara do Pará, com a mesma sunga que usava no acidente, com dificuldades de equilíbrio, cambaleando, falando alto e, ainda, assim, procurava comprar cervejas no local. Na ocasião, ele foi retirado do estabelecimento comercial pelos amigos que o acompanhavam.
Após realizar mais uma ultrapassagem proibida, o denunciado foi de encontro com seu carro modelo Hyundai HB-20 ao veículo onde se encontravam as duas vítimas e que transitava regularmente na sua mão de direção. Na ocasião do acidente, Victor Hugo foi encontrado pelos populares com claros sinais de embriaguez, tais como olhos vermelhos, hálito etílico, postura agressiva e irônica, diz a denúncia do MP.
Segundo testemunhas que pararam seus veículos para ver o acidente, Cleide Moraes estava presa nas ferragens, enquanto Miguel sangrando muito, mas auxiliava no socorro. Já o motorista causador do acidente saiu do carro gritando e brigando com todos, exalando muito cheiro de álcool e querendo saber quem seria o motorista da Kombi. No carro dirigido por ele, havia mais uma mulher e dois homens, e todos apresentavam sinais de embriaguez. Até a data do oferecimento da denúncia, o acusado não apresentou nos autos a carteira ou permissão de habilitação.
Como o pedido inicial da Promotoria de prisão preventiva foi indeferido pela Justiça do município, a promotora de Justiça Viviana Perez, que atua no caso, ingressou também na segunda (24) com recurso em sentido estrito ao Tribunal de Justiça do Estado, para que seja decretada a prisão do motorista causador do acidente, para garantia da ordem pública, resguardo da instrução criminal e futura aplicação da lei penal.
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