Marinha do Brasil vai investigar naufrágio da embarcação 'Bom Jesus'
A embarcação saiu de Santarém, oeste paraense, no dia 24 de março, com destino ao município de Chaves, na ilha do Marajó, onde chegou na data de 27 de março; depois, saiu novamente e naufragou, após enfrentar um temporal, seguido de incêndio
A Marinha do Brasil informou, na tarde desta quinta-feira (14), durante coletiva de imprensa, que irá investigar por meio de um inquérito, o que provocou o naufrágio da embarcação “Bom Jesus”, cujos tripulantes – cinco homens e uma mulher –, foram resgatados nesta quarta-feira (13), no helicóptero da Marinha. Eles foram localizados em um banco de areia, na Ilha das Flechas, a cerca de 150 quilômetros de Belém. A ilha fica mais precisamente ao norte do Marajó.
A embarcação saiu de Santarém, oeste paraense, no dia 24 de março, com destino ao município de Chaves, na ilha do Marajó, onde chegou na data de 27 de março. Depois, saiu novamente e naufragou, após enfrentar um temporal, seguido de incêndio. Após 17 dias, os tripulantes foram localizados depois de escrever um bilhete e o jogarem ao rio dentro de uma garrafa pet que estava amarrada em uma boia salva-vida com o nome da embarcação.
“Nós estávamos nessa operação de busca e salvamento desde o dia 12 de abril. E, no dia 13 de abril, uma pessoa entrou em contato com a Marinha, dizendo que um parente da região de Chaves havia encontrado uma boia salva-vida com o nome da embarcação e amarrado tinha uma garrafa pet com um bilhete, dizendo que eles estavam numa ilha após terem sofrido um naufrágio”, detalhou o capitão fragata Ondiara Barbosa, chefe de operações do Comando do 4º Distrito Naval.
O militar acrescentou que um dos tripulantes já havia feito um curso da Marinha e lembrou do procedimento que poderia ser adotado em caso de naufrágio. Ele contou também que, ainda em Santarém, o responsável pela embarcação não realizou o procedimento de despacho, que consiste em informar à Capitania dos Portos o tipo da carga transportada e o destino.
Por esse motivo, a Marinha do Brasil não tem conhecimento sobre o que estava sendo transportado na embarcação, de acordo com Ondiara. O capitão também não soube informar o que os tripulantes fariam depois de Chaves.
“A parte da Marinha é investigar o que ocasionou o naufrágio e, se houver culpado, será responsabilizado. Tudo está sendo apurado. Qualquer coisa além disso, é de competência dos demais órgãos”, explicou Ondiara.
Tripulantes se alimentavam de dois em dois dias
Comandante do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Norte, o capitão fragata Rodrigo Gerundo contou que os tripulantes se alimentavam de dois em dois dias, com o pouco de alimento que conseguiram salvar durante o naufrágio. E, praticamente, não tinham água potável para beber.
Gerundo disse que os seis sobreviventes do naufrágio ficaram bastante emocionados quando perceberam o resgate se aproximando. “Alguns estavam sentados, outros deitados. Em condições estáveis, mas apenas precisando de hidratação. Eles relataram estar se alimentando de dois em dois dias. E, quando nós chegamos lá para o resgate, eles choraram bastante, estavam bem emocionados”, informou.
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