Mais de 120 sacas de amêndoas de cacau vindas do Amazonas foram apreendidas no Pará
Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) identificou que não tinha documentos obrigatórios que atestam a sanidade vegetal do produto
Os fiscais estaduais agropecuários da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) apreenderam, na madrugada do sábado (25),126 sacas de amêndoas de cacau no porto hidroviário de Almeirim, na região do Baixo Amazonas. As amêndoas eram transportadas em um navio que saiu do Amazonas com destino ao Pará.
O diretor geral da Adepará, Jamir Macedo, observou que a fiscalização agropecuária identificou que havia irregularidades no transporte. "Os nossos fiscais identificaram que a carga estava em desacordo com a legislação, sem os documentos obrigatórios que atestam a sanidade vegetal, como o laudo de classificação das amêndoas, e acondicionadas em sacarias velhas, que foram reutilizadas”.
“Essa ação é uma medida de proteção extremamente necessária e importante, tendo em vista que temos um setor produtivo forte que depende da cultura do cacau no Pará”, frisou o diretor geral da Adepará, Jamir Macedo
A diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará, Lucionila Pimentel, também enfatizou os riscos. “A entrada da praga no Pará poderá causar um impacto avassalador na economia, no aspecto ambiental e social, comprometendo a política de sustentabilidade implementada para a cacauicultura paraense”.
Segundo a equipe da unidade da Adepará, em Almeirim, o transporte das amêndoas já estava sendo monitorado pela Gerência de Trânsito da Adepará, após uma denúncia anônima e os fiscais conseguiram interceptar o navio e apreender a carga. A operação contou com o apoio da Polícia Militar que atuou desde a interceptação e apreensão até a destruição e incineração das amêndoas no aterro sanitário do município.
Vigilância redobrada
A Adepará tem intensificado as ações de vigilância do trânsito agropecuário para proteger o território paraense da praga que pode provocar grande impacto econômico negativo para o Pará, líder nacional na produção de cacau. Após a detecção de focos da praga quarentenária Moniliophthora roreri, agente causal da doença conhecida como Monilíase do Cacaueiro, municípios dos estados do Acre e todo o Estado do Amazonas estão com a produção em quarentena.
Como medida de prevenção, desde dezembro de 2022 está vigente a Portaria Nº 7833/2022 que proíbe o trânsito interestadual de materiais vegetais propagativos vindos do Amazonas e do Acre, a Portaria estabelece que as amêndoas de cacau fermentadas e secas provenientes de áreas de ocorrência da praga deverão estar acompanhadas do certificado de classificação do produto, no padrão Amêndoas Tipo 1 ou Tipo 2 e da nota fiscal da sacaria, ou seja, as amêndoas devem ser acondicionadas em sacas novas.
A monilíase do cacaueiro é uma doença fúngica, com alto potencial de disseminação e devastadora para as culturas do cacaueiro e cupuaçuzeiro, causando podridão dos frutos e perdas que podem chegar a 100% da produção, provocando graves prejuízos, com reflexos econômicos, sociais e ambientais.
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