Mãe de ex-militar diz que filho está preso injustamente há 16 dias

Há 16 dias, uma mulher, que não será identificada nesta matéria por questões de segurança, luta para tirar da prisão o filho, ex-militar da Marinha do Brasil. O rapaz está detido na Seccional da Cremação, injustamente, segundo a mãe dele, após uma ocorrência de assalto, em maio deste ano, no bairro de Nazaré, em Belém. A vítima teve o celular roubado e a localização apontou que o aparelho estaria na direção da casa onde o jovem mora, no bairro da Condor.

Além disso, a sequência de informações desencontradas e o depoimento supostamente contraditório da vítima têm prejudicado a resolução do caso, de acordo com a mãe do rapaz. “Nós conseguimos a senha do celular dele e fizemos o rastreamento do carro que ele comprou. No dia desse assalto, ele nunca passou perto do endereço onde a mulher foi abordada”, afirmou a mãe do jovem.

Ainda segundo ela, o que acontece é que os verdadeiros responsáveis pelo assalto moram na mesma rua que ela e seu filho. “Mas todo mundo tem medo de falar, porque senão eles mandam matar”, disse. “A localização do celular deu aqui na frente, porque os bandidos fugiram [de Nazaré] e ficaram na frente de casa, parados no carro. Depois eles saíram correndo e ainda deixaram lá na frente a capa do celular. Eles abandonaram também os documentos da vítima, que depois o colega do meu filho pegou para tentar localizar a dona e ainda sobrou para ele”, detalhou.

“Os policiais entraram em casa, reviraram tudo e não encontraram esse celular. O meu filho já foi da Marinha e ele saiu de lá com recomendação de boa conduta. Os policiais encontraram o chapéu dele [da Marinha]. E a gente falando o tempo todo que ele nunca se meteu em confusão, nunca respondeu por nada. Mas, mesmo assim, pegaram o meu filho e levaram para a delegacia junto com o carro dele”, relembrou a mãe.

Na Seccional de São Brás, para onde o rapaz foi levado inicialmente, a mulher diz que a vítima do assalto forneceu informações desencontradas. No boletim de ocorrência registrado pelos policiais militares que atenderam a ocorrência consta que, ao chegar na unidade policial, a vítima “reconheceu o carro usado no assalto, pois tal veículo tem envelopamento ​preto fosco ​no cap​ô​ do motor”.

Ainda conforme narra o documento, a vítima “ficou em dúvida em relação aos apresentados, porém confirmou as características dos mesmos, como sendo parecidos com as pessoas que lhe assaltaram”.

A mãe do jovem que se encontra preso nega a versão apresentada pela vítima. “Nós temos o rastreamento do carro e vimos que ele passou muito longe desse assalto​. Nunca saiu daqui do bairro para ir para outro​”, reforçou a mulher.​ "Meu filho é inocente. Todo mundo aqui na vizinhança está revoltado", declarou.

A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda mais informações sobre o caso.