Influencer que morreu em passeio de lancha ganha mais de 5 mil seguidores após acidente
Para pesquisadores, comportamento é explicado socialmente
A influenciadora Yasmin Cavaleiro, de 21 anos, que morreu após desaparecer durante um passeio de lancha no último domingo (12), já ganhou mais de 5 mil seguidores no Instagram desde que a sua morte foi anunciada. Na segunda-feira (13), quando o desaparecimento já havia sido confirmado, a estudante tinha 19,9 mil seguidores na rede social. Na manhã desta terça-feira (14), o número total na página já chega a 26,5 mil.
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Em páginas que comentam notícias de Belém, alguns seguidores perceberam o aumento e criticaram a postura de quem passou a segui-la após a tragédia.
"Agora ela vai ganhar muitos seguidores, é sempre assim", disse uma, sendo complementada por outra que questionou o motivo dessa postura. "Pra que seguir uma menina que morreu?".
RESIGNIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS DIGITAIS
Alguns autores que trabalham com a temática da morte enxergam nesse comportamento uma nova forma de manifestação do luto. Para eles, a atitude de seguir é como uma "manifestação de pesar" ou uma "ida a um velório, uma espécie de homenagem póstuma". "É um novo modo de presença do sujeito no mundo", afirma Renata Rezende, em seu artigo intitulado "'A multiplicação dos mortos': comemoração e constituição da memória nas comunidades virtuais".
Para outros pesquisadores, como Andréia Martins, essa ida aos perfis e a atitude de seguir é uma forma de demonstrar a quem faleceu que a pessoa não foi esquecida e prestar condolências não só a quem se foi, mas aos familiares também. Além disso, seria um mandeira de demonstrar, socialmente, o sentimentalismo pela partida de quem se foi, de mostrar que aquela morte também o aflige e de "se deixar saber presente na ocasião da morte de alguém", como define a autora em "Plateias da morte: discutindo o fim da vida em comunidades e Velórios Virtuais".
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