Idosa com transtorno mental é flagrada com animais em situação de maus-tratos
Conhecida na vizinhança como acumuladora, a mulher pegava os gatos da rua e levava para casa, onde os deixava presos em caixotes de madeira e sem comida
Um caso de maus-tratos a animais foi descoberto na tarde desta segunda-feira (18), no bairro de Fátima, em Belém. Uma idosa de 70 anos, que tem transtorno mental e é conhecida na rua onde mora como "a mulher que anda com gato morto" foi interditada com o auxílio da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para internação compulsória no Hospital das Clínicas.
Carmem Américo, que é ativista e protetora de animais do projeto Xerimbabos, recebeu denúncia no último domingo (17) de um tutor que estava a procura de seu gato e havia sido foi informado que uma senhora, conhecida por ser acumuladora, costumava pegar gatos de rua e colocar para dentro de casa. O imóvel, localizado na rua Diogo Moia, entre as travessas 3 de Maio e 9 de Janeiro, além de apertado e insalubre, estava cheio de caixas onde ela mantinha os animais que recolhia.
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Durante a busca ao gato de estimação, o tutor confirmou que seu pet realmente estava dentro da casa. A partir disso, ele acionou o projeto Xerimbabos. "Ele viu a insalubridade do local, ela mora em uma casa de um cômodo. Ela tranca os gatos em caixotes de madeira e não dá alimentos. Quando eles morrem ela joga no canal da 3 de Maio", contou a protetora.
No último domingo, quando a equipe foi ao local, a idosa não se encontrava e a casa estava fechada. Nesta segunda-feira, os protetores retornaram e foram recebidos com resistência pela mulher. "Ela chegou a correr com um terçado atrás da gente. Por isso chamamos a polícia e o Corpo de Bombeiros", explicou Carmem.
Com a chegada do Corpo de Bombeiros, foi possível entrar na residência e lá foram encontrados em torno de 20 caixotes de madeira lacrados, cada um com um gato dentro. "Eles estavam presos e sem nenhum alimento, por isso acabavam morrendo", detalhou a protetora.
Os vizinhos e os familiares da idosa disseram que essa prática, de acumular animais, é comum. Moradores da área relataram que ela costumava levar uma vida normal, trabalhando como costureira, mas há 10 anos começou a apresentar transtorno mental. "Ela era conhecida pelos vizinhos como a mulher que anda com gato morto. Quando os animais morriam, ela sempre os jogava no canal da 3 de Maio", destaca a protetora.
Durante a abordagem, a idosa foi levada em uma ambulância do Samu para o Hospital das Clínicas. Já os animais foram entregues para a representante do projeto Xerimbabos, que informou que eles vão passar por avaliação de veterinários e, na sequência, ficarão disponíveis para adoção.
"É bom informar que muitas pessoas que têm gatos desaparecidos podem nos procurar. E assim como esses animais, essa idosa também está precisando de ajuda. A gente espera que ela receba a assistência necessária", pontua Carmem.
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