Pedreiro foi morto enquanto dormia; crime aconteceu entre a rua da Paz e a rua do Amor em Outeiro
A vítima estava em casa e comida foi levada do armário e geladeira. O homem, identificado como Eliel Sena Barbosa, teve o rosto desfigurado por pancadas na cabeça
O pedreiro Eliel Sena Barbosa, de 49 anos, foi encontrado morto, na manhã desta segunda-feira (27), dentro da própria casa no bairro Água Cristalina, em Outeiro, distrito de Belém. Ele foi espancado na cabeça enquanto dormia, chegando a ficar com o rosto desfigurado. A casa, que não teve sinais de arrombamento, teve itens roubados de dentro do armário e geladeira. O endereço do crime brutal chama atenção: entre as ruas da Paz e do Amor.
Após os primeiros levantamentos do caso, o 2º Tenente Sobral, do 26º Batalhão da Polícia Militar (BPM), confirmou que tudo aconteceu entre as 4h30 e a 7h30 desta segunda-feira. Segundo relatos de familiares da vítima, colhidos pela polícia, Eliel morava com um irmão, quando este saiu, por volta das 4h30, para uma consulta médica em Belém. Às 7h30, quando uma sobrinha, que mora em uma casa próxima, foi até a residência do tio, encontrou Eliel morto na cama.
O irmão e a sobrinha de Eliel, que não quiseram se identificar à reportagem, comentam que não fazem ideia do que pode ter acontecido. Dizem que Eliel era uma pessoa tranquila e que se dava bem com a vizinhança. Ele trabalhava como pedreiro e tinha terminado um serviço recentemente. Neste mesmo dia, ele iria começar outro trabalho.
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Os familiares, assim como constatou a análise preliminar da Polícia Científica do Pará (PCP), disseram que a casa não tinha sinais de arrombamento: "Eu acho que quando ele [o irmão de Eliel] saiu para a consulta, pediu pro meu tio trancar tudo, mas ele deve ter deitado e acabou dormindo, porque, quando eu cheguei, a porta estava só encostada. Não arrombaram nada", conta a sobrinha da vítima.
"Eu saí de casa, estava chovendo muito. Já estava esperando a vez para a consulta quando me avisaram e eu tive que voltar correndo. Eu nem me consultei. A gente não faz ideia do que possa ter acontecido. Ninguém viu nem ouviu nada, aqui na vizinhança. Era muita chuva", comenta o irmão de Eliel.
Após colher informações com familiares e vizinhos, o tenente da polícia militar fez um resumo do que chegou a apurar, até o momento, sobre o caso: "A gente recebeu a denuncia de que um cidadão foi encontrado com sinais de violência no crânio, deitado no quarto dele. Também ficamos sabendo que a vítima esteve de pé por volta de 4h30, quando abriu a porta para o irmão sair. Entre 4h30 e 7h30 ocorreu o ato violento. O que foi levantado é que a vítima já tinha envolvimento com uso de drogas e que já havia realizado pequenos furtos na área. A princípio a Polícia Civil vai fazer levantamento das câmeras de segurança que têm pela área e traçar hipóteses para a investigação".
O policial militar avalia que o fato de estar chovendo muito durante o período em o crime provavelmente aconteceu dificultou que alguém pudesse ouvir gritos ou pedidos de socorro. Entretanto, segundo análise preliminar da perícia científica, da qual participou a perita Virgínia Paiva, é provável que a vítima sequer tenha tido chance de pedir ajuda:
"Ele estava dormindo. A posição dele, das vestes, do lençol, do travesseiro dão a entender que ele estava tranquilo, que estava dormindo. Não há o menor indício de que tenha acontecido alguma luta ou resistência por parte da vítima", afirma. "Ele foi golpeado por um instrumento contundente, que provocou lesões muito grandes, com afundamento crânio-cefálico do lado esquerdo da cabeça. Não há vestígio de arrombamento, a casa estava íntegra. A parente que chegou aqui primeiro disse que as portas estavam encostadas. Ainda estamos procurando o objeto que pode ter produzido a lesão".
Nem a Polícia Militar nem a Polícia Civil chegaram a se posicionar se o crime foi homicídio ou latrocínio, tendo em vista a fala dos familiares afirmando que bens foram levados do armário e geladeira da casa da vítima. As autoridades disseram, apenas, que hipóteses estão sendo levantadas e devem ser confirmadas ou descartadas mediante investigação. Segundo a PM, Eliel tinha uma passagem pela polícia no município de Parauapebas, no sudeste do Pará, enquadrado na Lei Maria da Penha, mas não é possível afirmar que essa informação tenha relação com sua morte.
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