Grupo ocupa residencial no bairro da Pratinha para cobrar entrega das obras
Cerca de 300 pessoas estão desde as primeiras horas da manhã no Residencial Pratinha; eles alegam espera de mais de uma década para entrega dos apartamentos
Desde a madrugada deste sábado (30), cerca de 300 pessoas realizaram uma manifestação no Residencial Viver Pratinha, que fica na rodovia Arthur Bernardes, no bairro da Pratinha, em Icoaraci, distrito de Belém. A finalidade dos manifestantes, que na maioria era gente cadastrada à espera da entrega dos apartamentos do empreendimento, era pressionar o poder público federal e municipal para que os apartamentos sejam entregues.
Por volta das 4h30, agentes da Polícia Militar do Estado e a Guarda Municipal de Belém começaram a chegar ao residencial, para acompanhar a movimentação dos manifestantes. Eles exigiam a presença de algum representante da Prefeitura de Belém no local. Mais tarde, para conversar com eles, chegou o diretor-geral da Secretaria de Habitação (Sehab) da Prefeitura de Belém, Michel Sodré. Todavia, até por volta das 10h30, a manifestação ainda era pacífica e eles ocupavam apenas a via principal do residencial.
Segundo os manifestantes, a obra, que tem 48 blocos com três andares cada, pertence à Caixa Econômica Federal, que ainda não a repassou à Prefeitura de Belém, para que esta direcione os apartamentos aos cadastrados. A construção do residencial começou há cerca de 12 anos e, no ato, havia pessoas cadastradas há mais de sete anos.
Nesse tempo todo, ainda de acordo os manifestantes, embora haja vigilância no local, o espaço está sendo saqueado por vândalos e eles sentem receio de não terem acesso à moradia.
“Estamos há mais de uma década cadastrados e nessa luta conjunta pelo mesmo objetivo: a moradia. Aqui a maioria são pessoas cadastradas, moradoras da Pratinha e há outras que estão nos dando apoio. Viemos pra cá hoje porque queremos ser contemplados com os apartamentos, que estão sendo sucateados, se deteriorando, pois estão roubando coisas de dentro. Mas a moradia para o povo nada... Então é mais importante esse prédio ficar abandonado e a gente sem moradia, que é um sonho de todos”, reclama Joseane Santos, que era uma das pessoas que fazia parte de uma comissão que tratava do assunto com o representante da Sehab.
O diretor-geral da Sehab da Prefeitura de Belém, Michel Sodré, informou que a Prefeitura de Belém está em constante diálogo com a Caixa, para destravar o empreendimento e entregá-lo à população.
“Estamos fazendo um esforço para elaborar um diagnóstico de todos esses empreendimentos e temos tido reuniões frequentes com a Caixa. Vamos tomar todas as medidas para remover todos os obstáculos para concluir as obras e entregar à população”.
Ainda segundo ele, a Prefeitura de Belém está também em diálogo com as empresas contratadas para conclusão das obras. “Se preciso vamos distratá-las e abrir nova licitação. O que nos importa é dialogar com a população, porque estamos tratando de uma política pública que é um direito sagrado à moradia. Vamos atualizar os cadastros e nos comprometemos a receber uma comissão e dialogar, para que a gente saia desse processo pacificado”, explica o gestor da Sehab.
“Tem gente aqui que mora de favor, paga aluguel, que não tem condições de pagar para morar. Esperamos que essa situação seja resolvida, pois estamos cansados”, afirma Joseane Santos.
Por fim, uma reunião entre a Sehab e a comissão de cadastrados ficou agendada para acontecer na próxima segunda-feira (01), às 15h, na sede da Sehab.
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